O medicamento genérico se diferencia dos demais por ter na caixa a letra G em azul sobre uma faixa amarela |
Os medicamentos genéricos são vendidos no Brasil há mais de 11 anos. Segundo um estudo da ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), esse tipo de remédio corresponde a 21% das vendas de medicamentos no país e 86% dos brasileiros já tiveram um medicamento de marca substituído por sua versão genérica. Mesmo com o crescente uso, entretanto, muitas pessoas ainda torcem o nariz quando olham um medicamento genérico na receita médica.
"Muitos pacientes, e até alguns médicos, fazem uma associação errônea do preço do remédio com a sua qualidade, mas a maioria dos genéricos é realmente eficaz e pode ser tomada sem nenhum problema", explica o cardiologista Bruno Valdigem, do Hospital Dante Pazzanese. Tire dúvidas sobre os medicamentos genéricos e acabe com a desconfiança relacionada aos resultados do tratamento.
1. O que são remédios genéricos?
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os medicamentos genéricos são produtos com o mesmo princípio ativo que medicamentos de marca. O principio ativo é a substância responsável pelo efeito terapêutico no paciente, ou seja, é por causa dele que o remédio faz efeito. "Por isso, ao prescrever uma receita, sempre coloco junto ao nome do remédio o seu principio ativo, caso os meus pacientes se sintam confortáveis em usar medicamentos genéricos", conta Bruno Valdigem.
2. Por que remédios genéricos são mais baratos?
Segundo Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, o preço de um medicamento genérico é menor porque nele não estão embutidos gastos com propagandas, nem custos de pesquisa para o desenvolvimento do principio ativo. Por isso, a associação do preço com a qualidade do remédio não é correta.
3. O medicamento genérico tem o mesmo efeito do medicamento de marca? Mesmo em doenças crônicas?
Por possuir o mesmo princípio ativo, o genérico tem efeitos iguais a de um remédio de marca. Prova disso é que esses efeitos devem ser aprovados pela Anvisa antes de os medicamentos serem comercializados. Segundo o cardiologista, mesmo no caso de doenças crônicas, em que o paciente deve tomar o remédio constantemente, os genéricos não causam problemas e são eficientes.
4. Eles passam pelo mesmo processo de inspeção que os demais medicamentos?
Assim como todos os remédios, os medicamentos genéricos passam por uma bateria de testes feitos pela Anvisa para comprovar os efeitos nos pacienteis. Esses experimentos são feitos sempre da mesma maneira, não importando se o remédio é genérico ou de marca. "Na verdade, a autorização para um remédio genérico começar a funcionar é até mais rígida na maioria das vezes, devido à preocupação com a qualidade desse tipo de medicação", diz o cardiologista Bruno Valdigem.
Os genéricos ainda passam por um teste de bioequivalência, que consiste na demonstração comprovada de que o medicamento genérico e o seu respectivo medicamento de referência apresentam o mesmo efeito terapêutico, sem qualquer outro efeito colateral.
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5. Medicamento genérico é o mesmo que remédio similar?
Assim como os genéricos, o princípio ativo, a concentração e a indicação dos medicamentos similares são os mesmos dos remédios de marca. A diferença é que nem todos eles passam por testes de bioequivalência e, por isso, não podem ser indicados nas farmácias como um substituo ao medicamento de referência.
Entretanto, uma nova resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite que os medicamentos similares sejam oferecidos nas farmácias como alternativa ao medicamento de referência, como agora são oferecidos os genéricos. Essa alteração acontece porque agora os medicamentos similares também precisarão apresentar testes de bioequivalência, mostrando que tem os mesmos efeitos do medicamento de referência.
Os medicamentos similares que apresentarem os testes de bioequivalência positivos começam a ser vendidos nesse novo sistema a partir de 2015.
6. É preciso receita para comprar um medicamento genérico?
O rigor para a venda de remédios genéricos é o mesmo do que os medicamentos de referência. "Se a venda de um remédio de marca é liberada sem receita, o genérico com o mesmo princípio ativo poderá ser comprado sem problema, e o mesmo serve para aqueles remédios que só são vendidos com receita", explica o cardiologista.
Além disso, é preciso que o médico indique a versão genérica. Muitas vezes, o próprio funcionário da farmácia faz essa sugestão, mas, segundo Odnir Finotti, mesmo que o princípio a ativo seja o mesmo, é indicado consumir genéricos apenas quando o médico dá essa alternativa.
7. Há perigos de automedicação usando genéricos?
Assim como no caso dos remédios de marca, a automedicação com genéricos é muito perigosa. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem no país todo o ano vítimas da automedicação, tanto de genéricos quanto remédios de marcas.
Os sintomas mais comuns que levam à automedicação são dor de cabeça, dor muscular, cólicas, febre, inflamações, acne, congestão nasal, gripes e viroses. Os medicamentos mais comprados sem prescrição são analgésicos, anti-inflamatórios, descongestionantes nasais e antialérgicos.
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