Acordo para produção em 2015 está prestes a ser assinado, diz diretor. Doença contaminou 14 mil pessoas em oito países e matou mais de 5 mil
O Instituto Butantan, de São Paulo, deve firmar em breve parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) para produzir um soro que combate o ebola.
A doença, que é altamente letal e para a qual existem apenas medicamentos experimentais, já causou mais de 5 mil mortes e contaminou 14 mil pessoas em oito países. Considerada a pior epidemia desde que o ebola foi descoberto, em 1976, a situação levou a Organização Mundial da Saúde a mobilizar empresas de pesquisa e equipes de cientistas para trabalhar na busca de um medicamento que contenha o vírus.
A doença, que é altamente letal e para a qual existem apenas medicamentos experimentais, já causou mais de 5 mil mortes e contaminou 14 mil pessoas em oito países. Considerada a pior epidemia desde que o ebola foi descoberto, em 1976, a situação levou a Organização Mundial da Saúde a mobilizar empresas de pesquisa e equipes de cientistas para trabalhar na busca de um medicamento que contenha o vírus.
De acordo com Jorge Kalil, diretor da instituição, "o acordo está praticamente fechado" e os testes em animais, além da produção do soro, devem começar no início de 2015. O instituto brasileiro já tem tradição na fabricação de imunobiológicos, usados para combater a raiva e o efeito de venenos de cobras.
Proteção transferida
Diferente de uma vacina, que faz a imunização ativa do indivíduo, o soro cria uma imunidade passiva, ou seja, o anticorpo é transferido para uma pessoa ou animal e o protege da ação da doença.
A produção seguirá a mesma metodologia empregada na fabricação do soro antirraiva. A diferença é que, além do vírus da raiva atenuado, conterá ainda uma molécula de ebola, que deve criar anticorpos capazes de combater a doença.
Diferente de uma vacina, que faz a imunização ativa do indivíduo, o soro cria uma imunidade passiva, ou seja, o anticorpo é transferido para uma pessoa ou animal e o protege da ação da doença.
A produção seguirá a mesma metodologia empregada na fabricação do soro antirraiva. A diferença é que, além do vírus da raiva atenuado, conterá ainda uma molécula de ebola, que deve criar anticorpos capazes de combater a doença.
Kalil ressalta que em nenhum momento será feito o transporte do vírus para o Brasil. “Tudo que se relaciona ao ebola será feito nos laboratórios dos Estados Unidos. Não vamos trazer o vírus para o país”, explica o diretor do Butantan.
Inicialmente, o soro será aplicado em cavalos. Se ocorrer a produção de anticorpos nos equinos, o sangue desses animais será filtrado, o plasma, retirado, e o anticorpo presente será isolado para testes.
Devem ser feitos experimentos in vitro e, posteriormente, macacos vão receber o soro experimental. “Se ocorrer a neutralização do ebola no macaco, vamos partir para análises com humanos. Os testes clínicos de toxicidade deverão acontecer em países mais afetados pela epidemia, como Libéria, Serra Leoa e Guiné. Tudo será acompanhado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, explicou Kalil.
Quais são os sintomas da doença? O ebola é muitas vezes caracterizado pelo início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia, funções hepática e renal deficientes, erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com interrupção do funcionamento dos órgãos.
Exames de laboratório que indicam a possibilidade de o paciente estar infectado incluem baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas.
O teste definitivo para diagnosticar o ebola é chamado PCR. No Brasil, o Instituto Evandro Chagas, em Belém, é o único habilitado para receber as amostras de sangue dos pacientes e inativar o vírus. O período de incubação do vírus pode durar de dois dias a três semanas.
Não há medicamentos ou terapias específicas contra a doença já aprovadas. Os pacientes recebem cuidados gerais para aliviar sintomas, como medicamento contra febre, hidratação e alimentação contínua.
Há algumas terapias experimentais como a transfusão de sangue de pacientes que se curaram do ebola e drogas experimentais como ZMapp, TKM-Ebola, Brincidofovir e BCX4430, que ainda não passaram por todas as fases de pesquisa necessárias para aprovação.
G1
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