Controle do peso nem sempre tem a ver apenas com a alimentação; hipodireoidismo e outras razões podem interferir
O ponteiro da balança aponta um número indesejável. As roupas parecem que encolheram e a relação entre peso e altura diz que é hora de tomar alguma atitude para prevenir problemas causados pelo sobrepeso ou obesidade, como eventos cardiovasculares e até mesmo o câncer. Mas nem sempre os responsáveis pelo ganho de peso são o abuso de alimentos gordurosos e o excesso de carboidratos.
A longo prazo, a pessoa obesa acaba sofrendo outros problemas de saúde porque o excesso de peso estimula uma parte do cérebro que envia um sinal e faz com que as artérias se enrijeçam, o que leva ao aumento na pressão arterial. Com isso, o coração trabalha demais para bombear o sangue e dilata, causando a insuficiência cardíaca. Os rins também sofrem com o peso a longo prazo.
O melhor, portanto, é tentar não engordar. E, se já estiver acima do peso, procurar um médico e nutricionista para identificar o que está acontecendo, evitando problemas futuros.
Mas há quem esteja com dificuldades de caber nas roupas do armário e fique intrigado: "Mas não estou comendo tanto assim para engordar. O que está acontecendo?"
Saiba que há razões ocultas para o ganho de peso e, para resolvê-las, o ideal é procurar um médico que poderá avaliar a saúde em geral e ajudar a reestabelecer o peso ganho.
Veja razões para o ponteiro da balança subir sem motivo aparente:
1. Hipotireoidismo: embora não seja sempre o responsável pelo ganho de peso, a tireóide funcionando lentamente – ou sem funcionar – causa o aumento de até cinco quilos no peso. O metabolismo corporal fica prejudicado e gasta-se menos energia em repouso, além de o corpo poupar mais. Junto com o problema, também, acaba vindo o cansaço, que atrapalha a prática de atividade física, colaborando com que a pessoa engorde. Um endocrinologista pode diagnosticar se algo está errado com a tireóide e prescrever a dose certa de hormônios para regulá-lo.
2. Depressão: sabe-se que a depressão é a quarta doença de maior prevalência no mundo. Estima-se que, dentro de cinco anos, será a segunda doença com maior incidência mundial e, em 2030, a principal causa de incapacitação. No entanto, existe tratamento e ele deve ser procurado assim que os primeiros sinais aparecerem. Com os cuidados certos indicados pelo médico, a pessoa volta a fazer as atividades normais e viver feliz, com os altos e baixos naturais de uma vida. A depressão, porém, pode causar perda do apetite ou o excesso dele. Quando há muita fome, consome-se calorias em excesso e o peso extra aparece. Fazer atividade física ajudará a controlar as medidas. Além disso, alguns remédios antidepressivos têm como efeito colateral o ganho de peso, que pode ser controlado com atividade física e, se não for possível, será revertido depois do tratamento com uma dieta adequada e auxílio médico. Lembre-se: o tratamento receitado pelo médico deve ser seguido à risca. Os poucos quilos extras irão embora depois com determinação.
3. Intestino preguiçoso: uma dieta pobre em fibras – ou com a quantidade suficiente delas, mas sem gua – pode fazer com que o intestino fique preguiçoso, a famosa prisão de ventre. Com isso, a pessoa fica inchada e a falta de trânsito intestinal pode dificultar a perda de peso. Ter uma alimentação rica em fibras e hidratar-se corretamente ajudam o organismo a funcionar plenamente.
4. Idade: contra ela não há como lutar. Com o passar dos anos, o metabolismo vai ficando mais lento e, com isso, há uma menor queima de calorias. Nesse caso, a saída é comer um pouco menos e fazer exercícios físicos, principalmente aqueles que aumentam a massa muscular. Eles ajudam a deixar o metabolismo mais rápido, já que os músculos gastam calorias em repouso.
5. Falta de nutrientes: um estudo publicado no periódico Journal of Women's Health mostrou que a deficiência em vitamina D pode fazer com que a pessoa engorde até dois quilos. Além disso, falta de magnésio, ferro e outras vitaminas e minerais pode comprometer o sistema imunológico, deixando a pessoa mais suscetível a infecções oportunistas. Outro problema também causado pela falta de nutrientes é a fadiga. A falta de vitaminas leva o ânimo de praticar atividade física embora, o que reduz o gasto calórico total. Além disso, a falta de alguns nutrientes causa deficiência de serotonina, causando compulsão por doces, para tentar trazer de volta a "felicidade perdida".
6. Medicamentos: quando um médico receita um medicamento, ele tem razões de sobra para isso. Antes de prescrever algo, ele pondera os prós e contras, já que nenhum remédio é livre de efeitos adversos. Um dos efeitos adversos de vários medicamentos é o ganho de peso, como o dos betabloquadores, esteróides, alguns remédios para artrite reumatóide, medicamentos hormonais, enxaqueca, entre outros. Embora o ganho de peso não costume ser muito, algumas pessoas podem se incomodar com as roupas ficando mais apertadas. Conversar com o médico e consultar um nutricionista pode ajudar a manter o peso durante o tratamento – que só deve ser interrompido quando o médico achar necessário.
7. Estresse: vilão da modernidade, o estresse é responsável por alguns quilinhos a mais, bem como a dificuldade de mandá-los embora. Ele gera várias alterações químicas no corpo, fazendo com que libere a grelina, que é um hormônio que aumenta o apetite. Logo, o estressado come mais e ganha peso. Além disso, há um estudo publicado no periódico Proceedings of the Nacionational Academy of Sciences (Pnas) que mostra que o estresse faz uma determinada área cerebral "acordar", e ela é responsável por produzir uma proteína chamada UCN3. A vilã aumenta o apetite e diminui a sensação de saciedade. A melhor forma de prevenir o problema é investindo em atividades relaxantes e tentar não preocupar-se tanto.
iG
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