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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ebola ainda está ‘correndo à frente de nós’, diz OMS

Foto: ALAIN GROSCLAUDE / AFP Chan afirmou que o risco para o
mundo ‘está sempre lá’ enquanto o surto continua
Diretora geral Margaret Chan afirmou que situação melhorou em algumas partes de países afetados, mas alertou contra a complacência
 
Rio - O vírus ebola, que já matou milhares de pessoas na África Ocidental, ainda está “correndo à frente” dos esforços para contê-lo, afirmou a chefe da Organização Mundial da Saúde.
 
A diretora geral Margaret Chan disse que a situação melhorou em algumas partes dos países mais afetados, mas advertiu contra a complacência. O risco para o mundo “está sempre lá” enquanto o surto continua, disse ela, que complementou que a OMS e a comunidade internacional não conseguiram agir rápido o suficiente.
 
- Na Libéria, estamos começando a ver alguns bons progressos. Especialmente em Lofa (perto de onde o surto começou) e na capital - disse Chan.
 
Casos na Guiné e em Serra Leoa estariam “menos graves” do que há uns dois meses, mas ela ratificou que “ainda estamos vendo um grande número de casos”.
 
- Não está tão ruim quanto foi em setembro, mas daqui para frente estamos caçando o vírus, correndo atrás do vírus. Espero que possamos chegar a zero [número de casos] - colocou a diretora geral.
 
Os números oficiais não mostram toda a imagem do surto. O número de mortos na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa situa-se em 6.331. Mais de 17.800 pessoas foram infectadas, de acordo com a OMS.
 
Em agosto, a organização alertou que os números eram “muito subestimados”, pelo fato de que as pessoas não relatavam doenças e mortes por ebola.
 
Segundo Chan, a qualidade dos dados melhorou desde então, mas ainda há mais trabalho a ser feito. Ela disse que uma parte fundamental de trazer o surto sob controle era assegurar que comunidades compreendessem o ebola, já que em algumas áreas as equipes que entravam estavam sendo atacadas pela comunidade assustada.
 
- Quando eles veem pessoas em trajes espaciais entrando em sua aldeia para tirar os seus entes queridos, eles ficam com muito medo. Eles escondem seus parentes doentes em casa, eles escondem cadáveres - explicou a autoridade. - [Isso é] extremamente perigoso em termos de propagação de doença. Portanto, temos que trazer a comunidade para o nosso lado para combater o surto de ebola. A participação da comunidade é um fator crítico de sucesso para o controle de ebola.
 
A OMS enfrentou críticas sobre sua gestão da crise no início do surto. Um documento interno que vazou em outubro, disse que os envolvidos “não conseguiram ver escritas bastante simples na parede”.
 
A primeira vítima do vírus na África Ocidental foi retrospectivamente rastreada até um menino de dois anos chamado Emile. Ele morreu no sudeste da Guiné em dezembro de 2013. Ninguém sabia do que se tratava na época.
 
O vírus nunca tinha sido visto na África Ocidental. Os primeiros casos começaram a surgir em uma parte remota do país com unidades de saúde quase inexistentes, e ninguém viu o que era nos primeiros meses.
 
Um surto acabou por ser declarado no final de março, depois que 50 pessoas morreram. A OMS anunciou uma emergência de saúde global no dia 8 de agosto.
 
- É justo dizer que o mundo inteiro, incluindo a OMS, não conseguiu ver o que estava se desenrolando, o que ia acontecer na frente de nossos olhos. É claro que, com o benefício da retrospectiva, se você me perguntar agora ... nós poderíamos ter montado uma resposta muito mais robusta - concluiu Chan.
 
O Globo

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