A Justiça italiana confirmou nesta terça-feira a multa de 180 milhões de euros imposta em março às farmacêuticas Roche e Novartis por supostamente terem colaborado na venda a preço abusivo de um remédio para combater a degeneração macular
Em março, a Autoridade Italiana Antimonopólio condenou a Novartis a uma multa de 92 milhões de euros e de 90 milhões de euros à Roche ao considerar que ambas estabeleceram um acordo para promover o uso de um remédio mais caro.
“Os dois grupos colaboraram de forma ilícita para dificultar a divulgação de um remédio muito econômico, o Avastin, a favor de outro muito mais caro, o Lucentis”, detalhou a Autoridade Italiana Antimonopólio em comunicado.
As duas farmacêuticas recorreram à sanção, mas sem sucesso. Nesta terça-feira, o Tribunal Administrativo Regional de Lácio ratificou a decisão do órgão italiano, segundo a imprensa local.
Até agora, sempre foi utilizado o Lucentis, um remédio da Novartis, para o tratamento da degeneração macular associada à idade, a principal causa de cegueira em pessoas com mais de 60 anos, que custa 700 euros.
Enquanto isso, já existia o Avastin, criado pela Roche, um antitumoral que custa 10 euros e é considerado equivalente de acordo com pesquisas internacionais. No entanto, o Avastin não obteve o certificado por parte da Agência Italiana de Fármacos (AIFA) para ser usado em casos de degeneração macular, que recebeu alguns relatórios negativos sobre o produto.
Os primeiros a denunciar o caso foram os médicos da Sociedade de Oftalmologia Italiana (SOI).
Segundo informações de março da imprensa italiana, o acordo entre as empresas teria custado à saúde pública italiana 45 milhões de euros em 2012, quantia que poderia aumentar até 600 milhões de euros por ano no futuro.
R7
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