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sexta-feira, 20 de março de 2015

Está mais difícil engravidar atualmente? Descubra o porquê

Foto: Wong Mei Teng / stock.xchng
Especialistas falam da maternidade tardia, da relação entre tempo e fertilidade e do congelamento de óvulos
 
Entre sonhos, carreira, estabilidade, viagens e estudos, a maternidade ocupa hoje uma das últimas posições no checklist da mulher moderna. Mas será que essa independência interfere no desejo de ser mãe?

Para os especialistas, sim.
 
– A dificuldade em engravidar pode ser explicada por três fatores: o mais significativo é o adiamento da maternidade pelas mulheres. Consequentemente, uma vida sexual prolongada com mais parceiros pode trazer doenças associadas e DSTs. Isso pode piorar o prognóstico de saúde para uma gravidez. O terceiro é a endometriose, doença da mulher moderna que pode levar a infertilidade. – afirma o Dr. Nilo Frantz, diretor do Centro de Reprodução Humana Nilo Frantz.
 
A Dra. Mariangela Badalotti, professora da Faculdade de Medicina da PUCRS, diretora científica da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e do Centro Fertilitat explica que, no que se refere a fertilidade, homens e mulheres funcionam de forma diferente:

– Diferente dos homens, que formam espermatozoides novos a cada 3 meses, a mulher nasce com os óvulos, que vão envelhecendo com ela. A medida que envelhecem, a partir dos 35 anos, eles perdem a capacidade de formar embriões geneticamente adequados. 
 
Segundo a especialista, a mulher nasce com um a dois milhões de óvulos. Na primeira menstruação  ela chega com 300 mil a 400 mil óvulos. Ao longo da vida, além de reduzir essa reserva, a qualidade dos mesmos vai ficando comprometida.

– Após os 35 anos inicia-se um período de declínio na função reprodutiva, que se acentua após os 38 anos e é drástico após os 40/42 anos de idade. As chances de gravidez com tratamentos de reprodução assistida, a partir de 45 anos, é praticamente zero, a não ser com óvulos doados por uma mulher jovem – esclarece Mario Cavagna, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
 
E o homem nesse história?
Os dados atualizados mostram que de 15% a 18% dos casais do mundo possuem problemas de infertilidade e não conseguem engravidar sem ajuda médica.

De acordo com a Dra. Mariangela o homem também tem peso significativo nos casos de dificuldade de gravidez. Cerca de 35% das causas de infertilidade são femininas, 35% masculinas, 20% causas mistas e em 10 % dos casos, as investigações não chegam a conclusões definitivas,  nas chamadas infertilidades sem causa.
 
– A ciência reconheceu que o valor masculino passou a ser muito importante. Muitos homens são a causa básica da infertilidade da mulher.  A produção de espermatozoides pode ser anormal, assim como a mobilidade dos mesmos pode estar comprometida – afirma o Dr. Frantz.

O que fazer?
Falhando em engravidar, o casal deve consultar um especialista para investigar as causas. Feito o diagnóstico, decide-se por um tratamento. Veja as possibilidades atuais: 

Coito programado - utiliza-se medicamentos para estimular a produção de óvulos na mulher, programando a ovulação e assim aumentando as chances de engravidar.

Inseminação intrauterina - Consiste no depósito de espermatozoides no interior da cavidade uterina, por meio de um cateter apropriado. Pode ser feita com esperma do companheiro ou de um dador.

Fertilização in vitro - é a técnica mais utilizada. É usada nos casos em que a mulher tem alteração nas trompas ou endometriose, ou quando o homem tem número baixo de espermatozoides. Provoca-se a ovulação, recolhe-se óvulos maduros, recolhe-se o sêmen e faz-se a união, produzindo o embrião em laboratório. Esse embrião é colocado no útero da mulher.

Congelamento de óvulos é alternativa?
– A mulher, quando está entre os 30 e 35 anos,  deve avaliar seu potencial ovariano. A avaliação dos ovários  se faz por ultrassonografia e com a análise do hormônio antimülleriano para medir o estoque de óvulos que ela tem. Nessa idade, a reserva feminina está terminando. – aconselha o Dr. Frantz.

De acordo com a Dra. Mariangela, quando a mulher chega nessa idade e tem planos de ser mãe no futuro, mas não a curto prazo, o congelamento de óvulos é aconselhável. O procedimento não é feito pelo SUS, apenas por clínicas privadas.

– O congelamento de óvulos não pode ser motivo para postergar a maternidade. Nós congelamos óvulo, não gravidez. É uma opção maravilhosa para quando existe a intenção, mas o momento ainda não chegou – explica.

O envelhecimento dos óvulos não tem relação com o envelhecimento do útero. Mulheres com mais de 40 anos podem ter uma gestação saudável sem nenhum problema. Segundo os especialistas, preparar o útero para uma gravidez é um processo fácil, mesmo depois da menopausa.

Zero Hora

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