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sexta-feira, 20 de março de 2015

Estudo mostra eficácia de vacina contra tipo resistente de bactéria da pneumonia

Vacinação: idosos são população-chave
Vacinação: idosos são população-chave
Vacina conseguiu evitar 75% de casos de pneumonia invasiva, um quadro grave da doença, quando o pneumococo passa a circular na corrente sanguínea
 
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (19) no periódico New England Journal of Medicine mostrou bons resultados para uma vacina contra pneumonias pneumocócicas.
 
Das 85 mil pessoas que participaram do estudo, a vacina contra 13 sorotipos de pneumococos mostrou 45% de eficácia ao prevenir a pneumonia não invasiva – quando o pneumococo atinge só os pulmões e não cai na corrente sanguínea. Além disso, a vacina foi capaz de evitar 75% de casos de pneumonia invasiva, um quadro ainda mais grave, quando as bactérias passam a circular no sangue.
 
Aprovada em 2013 pela Anvisa e ainda disponível apenas na rede privada, a vacina contra 13 sorotipos de pneumococos é indicada para adultos acima de 50 anos e crianças de seis meses até seis anos. A Pfizer, empresa fabricante, já solicitou ao órgão regulador a liberação para crianças e adolescentes entre seis e 17 anos.
 
Os idosos são considerados uma população-chave para a vacinação por causa do envelhecimento do organismo. Quanto mais idade, mais dificuldade o sistema imunológico tem para se defender de agentes invasores causadores de doenças. É o que se chama de imunossenescência. Quando a deficiência na imunidade se junta com as estações secas do ano, há um cenário ainda mais preocupante, dizem os médicos.
 
A infectologista Lessandra Michelim, professora de infectologia da Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, explica que o inverno é um ambiente propício para a propagação de doenças respiratórias.
 
“As pessoas ficam mais juntas em ambientes fechados, o ar fica mais seco e a cavidade nasal resseca, favorecendo a entrada de vírus e bactérias”, explica.
 
“Além de o idoso ter um sistema imunológico mais deficiente, muitas vezes há outras doenças no conjunto, como hipertensão, diabetes e problemas no coração, o que pode agravar o quadro”, alerta.
 
Segundo Lessandra, a nova vacina protege contra um tipo comum e cada vez mais resistente de pneumococo, que resiste ao tratamento com antibióticos comuns. A vacina contra os 13 tipos defende o organismo dos sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14 18C, 19ª, 19F e 23F.
 
Dentre esses sorotipos, o que mais preocupa os infectologistas atualmente é o 19A. O uso exagerado e sem necessidade de antibióticos favoreceu mutações genéticas do pneumococo, como o caso dessa cepa específica, que é muito resistente a medicações. E o pior: depois de 20 anos de estabilização, a ocorrência dela na América Latina aumentou.
 
A vacina hoje distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra 10 sorotipos de pneumococos, mas ainda não inclui a cepa 19A. A imunização contra os 13 sorotipos está disponível apenas na rede privada e custa em média R$ 250.
 
iG

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