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segunda-feira, 9 de março de 2015

“Moto-ambulância” evita que mulheres deem à luz em casa no Quênia

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Foto: EFE/Alicia Alamillos  - A "moto-ambulância"  
Uma em cada duas mulheres africanas dá à luz em casa e quase uma a cada 16 morre por complicações no parto. Embora governos como o do Quênia forneçam ajudas financeiras como forma de atenuar as despesas médicas, para muitas ainda é caro chamar uma ambulância
 
Em Mombaça, principal cidade do litoral do Quênia, o Centro Médico Jaffery inventou a “moto-ambulância”, um serviço que tem se mostrado muito mais barato do que a ambulância convencional para ajudar às mulheres quenianas a chegar ao hospital na hora do parto.
 
Uma em cada duas mulheres africanas dá à luz em casa e quase uma a cada 16 morre por complicações no parto. Embora governos como o do Quênia forneçam ajudas financeiras como forma de atenuar as despesas médicas, para muitas ainda é caro chamar uma ambulância.
 
Desde o mês passado, pelas estreitas ruas da parte velha da cidade circula um novo “tuk-tuk”: a motocicleta de três rodas que tem acoplado um pequeno reboque na parte de atrás.
 
Turística por excelência, Mombaça conta com, aproximadamente, cinco mil “tuk-tuks”, transporte que se tornou popular justamente por ser pequeno, podendo se movimentar com agilidade e chegar a todos os cantos.
 
Essa facilidade para percorrer áreas que uma ambulância convencional não possui fez com que Sharif e Essa Harunani, diretor e administrador da clínica, começassem o projeto da “moto-ambulância”.
 
“O ‘tuk-tuk’ é mais rápido e pode entrar em qualquer rua. Além do mais, é muito mais fácil de manter”, afirmou Sharif.
 
Dentro da “moto-ambulância” há poucos equipamentos: uma maca portátil, dois bancos, um gancho para pendurar as bolsas de plasma ou de outros líquidos, um tamborete e um compartimento para guardar os medicamentos necessários.
 
“Vimos a necessidade de algo assim, especialmente para favorecer a transferência das mulheres prestes a dar à luz ao hospital mais próximo”, explicou Sharif.
 
Ao todo, 56% das quenianas dão à luz em casa, principalmente nas zonas rurais, no litoral e no norte do país, segundo dados de 2010 da Organização Mundial da Saúde.
 
Ter o filho em casa é um costume nessas áreas, especialmente entre as mulheres de baixa renda, segundo um estudo publicado na revista americana “Public Health Reports”.
 
Segundo o relatório, muitas mulheres acreditam ser “irracional” ir ao hospital para dar à luz a menos que tenham ou possam ter complicações, porque fazer o nascimento da criança no hospital “deixa as pessoas mais pobres”.
 
A direção do Centro Médico Jaffery tenta mudar essa mentalidade e por isso divulgou a nova ambulância para todas as autoridades de Mombaça, inclusive as religiosas.
 
Uma ambulância convencional custa o equivalente a quase R$100, já a ambulância ‘tuk-tuk’ saí por apenas R$7. Às vezes, nem isso, pois, quando a família não tem recursos, o Jaffery arca com as despesas, garantiu Essa.
 
Sharif e Essa admitem que a conscientização é complicada, já que dando à luz em casa as mulheres não têm que pagar transporte, internação, anestesias, remédios e outros materiais médicos.
 
Além disso, há outra explicação importante: em Mombaça são os homens que controlam o dinheiro da casa. Se a mulher entrar em trabalho de parto enquanto o marido estiver ausente, nem sequer pode pagar a ambulância.
 
Por essa e outras razões, a África ainda parece estar longe de cumprir os Objetivos do Milênio, que incluem a supressão “total” das mortes por parto.
 
Embora o Quênia e outros países africanos tenham conseguido reduzir as mortes maternas no parto, atualmente apenas uma em cada três mulheres em áreas rurais de regiões em desenvolvimento recebe o atendimento adequado durante a gestação.
 
EFE Saúde

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