SÃO PAULO - A combinação do consumo de muita cerveja e uma variação genética específica nos genes que metabolizam o álcool aumenta significantemente o risco de desenvolver câncer gástrico, de acordo com um estudo apresentado na 102ª Reunião Anual da Associação Norte-Americana de Pesquisa do Câncer, em Orlando, na Flórida.
O risco também é elevado, mas não de forma significativa, naqueles que bebem muita cerveja mas não apresentam esta variação genética, conhecida como rs1230025, e para aqueles que não bebem, mas apresentam as variações conhecidas como rs1230025 or rs283411. O estudo foi liderado pelo Dr. Eric Duekk, epidemiologista do Programa de Pesquisas para Câncer Epidemiológico do Instituto de Oncologia da Catalunha, na Espanha.
Este é o segundo tipo de câncer que mais mata no mundo. Há tempo acredita-se que exista uma ligação entre o consumo de álcool o desenvolvimento da doença, mas estudos anteriores mostravam resultados conflitantes.
Duell e sua equipe conduziram uma análise sobre o consumo de álcool e o risco de desenvolver câncer gástrico em mais de 500 mil pessoas com idades entre 35 e 70 anos que participaram de um estudo europeu realizado entre os anos de 1992 e 1998.
Os pesquisadores avaliaram o tipo de álcool consumido (se vinho, cerveja ou licor) e a localização e estágio do câncer. A associação encontrada foi restrita à cerveja. Os resultados mostraram que beber o equivalente a 30 gramas ou mais de álcool puro proveniente da cerveja foi ligado ao aumento de 75% do risco em desenvolver câncer gástrico. Vinho e licor não foram associados a este risco, de acordo com Duell.
O mecanismo exato sobre como o álcool causa o câncer gástrico é desconhecido. No entanto, Duell diz que há hipóteses envolvendo a influência de um metabólito do álcool (acetaldeído, um componente tóxico e cancerígeno) e nitrosaminas como a N-nitrosodimetilamina, encontrada na cerveja, no desenvolvimento da doença.
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