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terça-feira, 5 de abril de 2011

Brasil e França celebram dez anos de cooperação na pesquisa sobre Aids e hepatites

Países desenvolvem projetos nas áreas de epidemiologia, economia e imunologia

Pesquisadores franceses e brasileiros estão reunidos num seminário até esta terça-feira (5), no Rio de Janeiro, para celebrar dez anos de cooperação científica na área de Aids e hepatites B e C, entre o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e a ANRS (Agência Nacional Francesa de Pesquisas sobre Aids e Hepatites Virais).

Durante os dois dias serão apresentados resultados de pesquisas financiadas pela parceria, feitas por doutorandos e pós-doutorandos de ambos os países. Desde 2001, foram produzidos 27 projetos de pesquisa em diversas áreas: epidemiologia, ciências sociais, economia da saúde e imunologia. A França já investiu o equivalente a 6 milhões de euros nos últimos dez anos. A contribuição do Brasil é, sobretudo, com passagens áreas e estadia para os estudantes.

O diretor adjunto do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Rui Burgos, explicou que os resultados dessa cooperação ficam evidentes com as pesquisas que vêm sendo implementadas, como a que deu origem a um recente ensaio clínico (pesquisa com humanos, etapa final) sobre o tratamento da coinfecção de HIV e tuberculose, comum entre soropositivos.

- Os resultados têm sido incorporados na formulação de políticas públicas. Recentemente, o financiamento em ensaios clínicos é mais um esforço importante para o enfrentamento da epidemia.

Bernard Larouzé, coordenador francês do sítio da ANRS- Brasil lembrou que as jornadas científicas e simpósios temáticos ocorrem durante o ano, como forma de avaliar os projetos em curso e definir as perspectivas de pesquisa. Para ele, o principal objetivo da parceria é fazer com que as pesquisas tenham resultados práticos.

- Temos conseguido estimular a inovação e diversificar os assuntos das pesquisas.

Para a assessora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Cristina Possas mais importante do que o financiamento da instituição francesa é a transferência de conhecimento.

- A troca de experiências e ideias tem sido fundamental para o avanço das pesquisas.

As instituições francesas Paris Dauphine, Paris Ouest e Aix Marseille estão entre as que participam da cooperação. Do outro lado, a USP (Universidade de São Paulo), a Fiocruz e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) representam o Brasil.

Dados do Boletim Epidemiológico Aids 2010 do Ministério da Saúde contabilizam 592.914 casos registrados desde 1980. A epidemia continua estável. A taxa de incidência oscila em torno de 20 casos de Aids por grupo de 100 mil habitantes. O maior número de casos acumulados está concentrado na Região Sudeste (58%)

De 1999 a 2009, segundo o Ministério da Saúde, mais de 96 mil pessoas tiveram hepatite e mais da metade dos casos eram de indivíduos de 20 e 39 anos. Nesse mesmo período, foram identificados quase 61 mil casos de hepatite B, principalmente em pessoas que fizeram transfusão até a década de 80 ou indivíduos que compartilharam seringas. As maiores taxas de detecção da hepatite B, no período nesses dez anos são observadas nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. E, no caso da hepatite C, as maiores taxas de detecção estão no Sudeste e no Sul.

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