Estudo mostra que transmissão não está ligada aos sinais clínicos da doença, mas à atividade do vírus
Study shows that transmission is not linked to clinical signs of disease but the virus activity
estadão.com.br
SÃO PAULO - Um estudo conduzido por Anna Wald, da Universidade de Washington, e Fred Hutchinson, do Centro de Pesquisa do Câncer de Seattle mostrou que há um alto risco de transmissão de herpes simplex tipo 2 (HSV-2), que é mais comum na região genital, por aqueles que nem sabem que têm o vírus e não sentem os sintomas da doença.
"Herpes simplex tipo 2 é uma das infecções mais frequentemente transmitidas sexualmente no mundo, com uma estimativa de 536 milhões de pessoas infectadas e uma incidência de 23,6 milhões de casos entre pessoas com idades entre 15 e 49 anos. Nos Estados Unidos, 16% dos adultos apresentam HSV-2, mas apenas de 10% a 25% dos infectados reconheceram a herpes genital. Mais ainda, a maioria das infecções de HSV-2 são de pessoas sem histórico clínico da doença", escreveram os autores. Assim, fica claro que o risco de transmissão sexual não é correlacionado ao reconhecimento dos sinais clínicos e sintomas, mas sim com a atividade do vírus.
Para este estudo, a equipe de pesquisadores comparou, entre março de 1992 e abril de 2008, taxas e padrões da transmissão da doença na região genital em 498 pessoas infectadas. Cada participante coletou amostras da secreção genital pelo período mínimo de 30 dias. A taxa de transmissão foi medida por reação em cadeia de polimerase (um tipo de teste para DNA viral).
"Nossas descobertas sugerem que a "melhor prática" de gerenciamento da infecção em pessoas que souberam que têm o vírus por teste sorológico devem incluir uma orientação considerando os sintomas na região genital e o aconselhamento sobre o potencial de transmissão. O problema da infecção é tanto uma questão de gerenciamento do pacientes quanto de interesse de saúde pública. A primeira preocupação dos infectados com HSV-2 é o risco de transmissão aos parceiros sexuais; na nossa experiência esta é a principal fonte de angústia dos pacientes com herpes genital", dizia o texto encaminhado pelos autores.
Os pesquisadores disseram que vários métodos que parcialmente reduzem o risco de transmissão para os parceiros sexuais já foram identificados. "O uso de camisinha, terapia diária com valaciclovir e a revelação sobre a infecção diminui pela metade o risco de transmissão de HSV-2. No entanto, estas abordagens atingem uma porção pequena da população. Uma das razões para um efeito tão limitado é que poucas pessoas sabem sobre sua infecção com HSV2.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,estudo-alerta-para-a-falta-de-informacao-das-pessoas-com-herpes,705375,0.htm
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