As crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade estão crescendo acima dos padrões internacionais, de acordo com um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado no ano passado.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 visitou cerca de 60 mil domicílios. Tanto a evolução da altura quanto a do peso estão acima da curva mediana estabelecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
"Os dados mostram uma superação da curva da OMS e até uma superação nas faixas etárias mais jovens, mostrando que a população brasileira está com o crescimento compatível e até superior ao padrão internacional", afirma a pesquisadora do IBGE, Marcia Quintslr.
Mesmo com o resultado dentro do esperado, o excesso de peso e obesidade dos adultos sugere uma atenção especial com a alimentação infantil. Marcia observa que 34,8% das crianças dessa faixa etária sofrem com o problema.
Desnutrição continua em menores de 5 anos
Apesar do bom crescimento infantil, o déficit de altura, um dos indicadores de desnutrição, ficou em 6,3% entre os meninos de até 5 anos, e em 5,7% entre as meninas.
O problema é maior na Região Norte (8,5%) e Nordeste (5,9%), e em famílias com os menores rendimentos. Entre os grupos com renda igual ou inferior a um quarto de salário mínimo chega a 8,2%, mas persiste em 3,1% das crianças de famílias com ganhos superiores a cinco salários.
A pesquisa destaca, no entanto, que a desnutrição está em queda desde a década de 1980. O percentual de déficit de altura de crianças entre 5 a 9 anos é de 7,2% entre os garotos, e de 6,3% entre as garotas, menor que os índices de 1974 e 1989, quando foram registrados 29,3% e 14,7%, respectivamente, entre eles. Entre as elas, os índices eram de 26,7% e 12,6%.
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