Atualmente, principalmente no período que antecede a chegada do verão, é muito comum médicos dermatologistas falarem a respeito da importância do uso do filtro solar para prevenção do câncer de pele e do envelhecimento precoce. Mas pouco se ouve sobre a importância da proteção dos olhos contra os efeitos da radiação ultravioleta, o que é possível com o uso de óculos escuros com filtros que bloqueiam os raios UV-A e UV-B.
A radiação UV é invisível aos nossos olhos, porque atua num comprimento de onda abaixo do que o olho humano consegue captar. Além disso, para agravar a situação, esse nível de radiação tem aumentado em função da destruição da camada de ozônio, que funciona como um escudo protetor da superfície terrestre contra a sua incidência. Apesar de invisível, os efeitos da radiação nos olhos são bastante graves e cumulativos.
Segundo Eduardo Pesarini, médico oftalmologista, os raios ultravioleta podem provocar consequências de forma aguda ou crônica. “Na forma aguda, podemos observar vermelhidão, aversão à luz (fotofobia), lacrimejamento intenso, ardência, coceira, entre outros. Já no quadro crônico, como os efeitos são em longo prazo, pode ocorrer um aumento do risco para formação de pterígio (degeneração da conjuntiva com formação de uma película fibrovascular de forma triangular que acomete a córnea, tanto no ângulo interno quanto externo do olho (vulgarmente chamada de ‘carne crescida’ ou ‘carne esponjosa do olho’), além do aumento do risco para a formação de catarata, lesões da retina como, por exemplo, maculopatia solar, entre outras”, explica o médico.
Os óculos com lentes filtrantes coloridas ou absortivas têm como objetivo a atenuação das radiações luminosas visando à proteção ocular com maior conforto, sendo possível o aumento do contraste e uma redução do ofuscamento, levando a uma melhora na percepção das cores. A lente mais adequada é aquela que promove a melhor visão, sem alterar a cor dos objetos, no entanto, mais importante do que a cor das lentes é a proteção que elas oferecem.
O especialista lembra ainda da importância da consulta com o oftalmologista para detectar se a pessoa é portadora de alguma necessidade especial como, por exemplo, albinismo ocular, maculopatia retinose pigmentar, entre outras doenças degenerativas que afetam as células da retina sensíveis à luz, cujos principais sintomas são baixa da visão noturna e dificuldade de adaptação claro/escuro.
No caso da retinose pigmentar, por exemplo, ela pode utilizar um filtro amarelo/âmbar nas atividades de baixo nível de iluminação, sendo que aumentaria o contraste, e cinza-escuro em ambiente externo, atenuando sensivelmente a sensação de ofuscamento. A pele sensível ao redor do olho também fica protegida sob as lentes, uma vez que os protetores solares de uso tópico não devem ser aplicados nesta região (protetores podem ser usados desde que sejam próprios para uso periocular). Recomenda-se, ainda, em exposições mais prolongadas, o uso de chapéu ou boné.
Vale ainda a recomendação de procurar sempre um estabelecimento de confiança ao adquirir os seus óculos de sol, pois só é possível comprovar se as lentes possuem a proteção UV-A e UV-B com medições técnicas e certificados de garantia originais. “Utilizar óculos de sol sem proteção UV pode ser ainda mais prejudicial do que não utilizar, pois o uso de lentes mais escuras provoca a dilatação da pupila e, por consequência, maior absorção ocular dos raios UV”, esclarece Pesarini.
Fonte O que eu tenho?
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