Foto: TV iG Ampliar Crianças sonham em ser campeãs de luta. Professor leva modalidade à favela |
Modalidade ainda precisa ser estudada para chegar à infância, avaliam ortopedistas
MMA, sigla em inglês para “artes marciais mistas”, virou febre no País. Campeões brasileiros renomados como Victor Belfort, Anderson Silva e Cigano fizeram o esporte cair no gosto popular de todas as idades.
As lutas chegaram às academias nacionais e, hoje, são ensinadas até mesmo para interessados que não completaram 14 anos.
O fato das crianças fazerem aulas que misturam boxe, jiu-jítsu, judô, karatê e outras lutas - em uma modalidade só - tornou-se preocupação dos médicos que estudam a estrutura muscular e esquelética infantil.
“O momento exige falar sobre o assunto, devido à popularidade das artes múltiplas. Na minha avaliação, é muito complicado - em um contexto de iniciação esportiva - oferecer tanta diversidade de golpes e técnicas”, pondera José Inácio Salles, coordenador do Laboratório de Pesquisa Neuromuscular do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), ligado ao Ministério da Saúde.
“Se você olhar a trajetória dos campeões de MMA, todos começaram em uma modalidade de origem, seja o boxe ou o jiu-jítsu. Só depois migraram para esta categoria mais ampla”, completa Salles.
O argumento do especialista é que técnicas como judô e karatê já foram muito estudadas, individualmente, para chegarem à versão infantil.
“Profissionais de educação física, especialmente, agregaram elementos pedagógicos para ensinar a criança a rolar, cair, chutar. Esta abordagem é fundamental. Acredito que o MMA precisa passar por estes estudos e avaliações antes de ser apresentado aos mais novos”, diz.
O ortopedista infantil da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), Cláudio Santili, acrescenta que se o professor não tiver esta formação voltada aos alunos infantis, os riscos de torções, lesões e comprometimento dos ossos e músculos são maiores, já que até os 16 anos são partes corpóreas ainda em desenvolvimento.
“Do ponto de vista muscular e esquelético, é saudável que as crianças façam esporte desde cedo, uma arma contra a obesidade e forma de preparar o corpo. Sem contar que a luta também traz outras vantagens, como a disciplina e o comprometimento”, diz ao acrescentar que antes dos 14 anos, as atividades precisam ser lúdicas, como se fossem brincadeiras.
“Por isso, se as aulas de luta forem dadas por professores gabaritados e formados, não vejo problemas. Apenas as competições precisam esperar mais. Qualquer esporte competitivo, ainda mais quando envolve contato com outra pessoa, só devem fazer parte da rotina do praticante após os 16 anos”, ressalta Santili
Fonte iG
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