Laboratórios de genéricos criticam redução de preços e alegam dificuldades para as empresas Foto Pedro Catarino |
Mais de 8300 medicamentos genéricos reduziram o preço no primeiro dia de Maio. Alguns destes remédios, segundo dados do Ministério da Saúde, tiveram reduções na ordem dos 88 por cento, como foi o caso do Omeprazol, um protector gástrico, que desceu dos 31,72 euros para os 3,65 euros.
Com descontos na ordem dos 70 por cento surge o Donepezilo Alter, usado no tratamento do Alzheimer, que custava 54 euros e passou a custar 12,45, e a Fluoxetina Nodepe, que pertence aos antidepressivos, e que desceu dos 20,22 euros para os 5,12 euros.
No entanto, os doentes vão demorar a sentir a poupança no preço dos medicamentos, porque, como voltou a ser obrigatória a marcação do preço nas embalagens, as farmácias têm até final de Julho para esgotar os fármacos, com o preço anterior, que ainda tenham em stock. Por isso, é normal que um doente encontre o mesmo medicamento numa farmácia com o preço anterior e noutra já com o desconto.
Esta descida de preços foi considerada "brutal" pela Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN). "É uma descida administrativa, imposta pelo Estado, e anticoncorrencial. Não faz sentido vender medicamentos a metade do preço do medicamento original, porque o produto é igual", afirmou Paulo Lilaia, presidente da APOGEN.
Segundo o responsável, esta descida "esmaga" a indústria de genéricos: "Muitas empresas já estão perto do limite e agora vêem em risco a sua sustentabilidade."
"O que vai acontecer provavelmente é que muitas empresas vão ter um custo de produção superior ao custo de venda. Assim, torna-se inviável continuar a comercializar, o que obrigará os laboratórios a escoarem o stock e a fecharem", disse Paulo Lilaia.
Fonte Correio da Manhã
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