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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Erosão dentária entre crianças preocupa dentistas

Perda de estrutura dental ocorre por processo químico de ataque ácido


Apesar de a cárie em adolescentes ainda ser o principal problema bucal no início da vida, vem crescendo o número de casos de erosão dentária ou perimólise (na qual as lesões assumem o formato de pires) entre crianças e adolescentes.



Um dos maiores estudiosos sobre o assunto, o professor Adrian Lussi veio a Porto Alegre no mês passado para ministrar curso na faculdade de Odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), trazido pela Associação Gaúcha de Odontopediatria. Com mais de 250 publicações científicas e três livros no currículo, Lussi é presidente do Departamento de Dentística, Odontologia Preventiva e Pediátrica da Universidade de Berna, na Suíça.

A erosão é definida como a perda de estrutura dental por meio de um processo químico de ataque ácido, sem o envolvimento de bactérias. Pode ocorrer tanto em dentes de leite quanto nos permanentes e é comum em crianças com refluxo gastresofágico. Esse desgaste pode levar à exposição da dentina (tecido abaixo do esmalte que é menos resistente) e a um desconforto ou sensibilidade dentária, que se manifesta em pequenas pontadas de dor durante o consumo de alimentos quentes, frios ou doces.

Estudos realizados tanto no Brasil quanto no Exterior alarmam os odontopediatras para a ocorrência do problema em populações de cinco a 15 anos. Confira abaixo a entrevista concedida ao Meu Filho:
Meu Filho — Por que as crianças têm maior propensão a ter erosão dentária?
Adrian Lussi — As crianças costumam beber mais e mais bebidas ácidas, como refrigerantes e suco de laranja. E, quando ficam mais velhas, consomem bebidas isotônicas e energéticas. No cotidiano, a erosão ocorre atrelada à abrasão e ao atrito. Um dos agravantes é quando as crianças agitam o líquido na boca e o engolem. Além disso, a razão da erosão pode estar relacionada ao refluxo, o que normalmente não é diagnosticado pelo dentista, mas por um médico.

Meu Filho — Qual faixa etária que costuma ser mais afetada?
Lussi — Não existe uma idade definida. No entanto, quanto mais duradouros forem os dentes de leite, maior será a erosão.

Meu Filho — Como é feito o tratamento em crianças ou adolescentes?
Lussi — A prevenção é o mais importante. Quando os dentes são hipersensíveis, essas áreas são seladas. Quando o defeito é maior, são feitas obturações. Quando existe suspeita de refluxo, os pacientes são encaminhados para um gastroenterologista. Quando existe suspeita de anorexia ou bulimia, são enviados para um psicólogo.

O que os pais devem fazer
Lussi lista algumas atitudes recomendadas para evitar a erosão dentária nas crianças:
:: Reduza a exposição às bebidas ácidas, diminuindo a frequência e o tempo de contato com elas apenas nas refeições principais.
 
 
:: Não mantenha ou agite bebidas ácidas dentro da sua boca. Evite tomar estas bebidas frequentemente.
:: Considere utilizar bebidas ácidas modificadas com potencial de erosão nulo ou reduzido. Por exemplo: suco de laranja com adição de cálcio.
:: Use uma escova de dentes macia e creme dental com baixo agente abrasivo.
:: Após a ingestão de ácido, estimule o fluxo de saliva com chiclete sem açúcar.
:: Enxague a boca com água depois de tomar uma bebida ácida.
:: Não se esqueça, no entanto, de que as cáries são o principal problema em crianças e adultos. Para preveni-las, escove os dentes após as refeições.

Fonte Zero Hora

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