A reprodução assistida é o conjunto de uma série de métodos que auxiliam os casais a conseguirem realizar o sonho de terem filhos.
Esses métodos de reprodução assistida (ou RA) podem ser relativamente simples ou altamente complexos, mas todos, em algum nível, terão a presença e a interferência do médico especialista em um processo que antes competia apenas ao casal.
“A infertilidade pode atingir entre 10% e 15% dos casais que querem ter filhos. Em 40% desses quadros os dois parceiros podem ter problemas”, explica Carlos Alberto Petta, coordenador do Centro de Reprodução Assistida do Hospital Sírio Libanês em São Paulo.
O padrão, explica o especialista, é que esses casais, com relações sexuais regulares (no mínimo duas vezes na semana) tenha sucesso em engravidar no período máximo de um ano. “Caso não consigam pode haver um problema com um dos dois e é possível que seja necessária uma intervenção médica, desde as mais simples – que envolvem medicação – até as mais complexas, como as fertilizações in vitro”, completa.
Principais problemas que podem levar à infertilidade do casal
Vários fatores podem contribuir para a infertilidade. O tabagismo é um deles: casais fumantes têm menores chances de conseguir engravidar, afirma Petta. Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), também podem comprometer a saúde dos órgãos reprodutores. “Outra questão é a idade. Esse fator afeta mais as mulheres do que os homens. Os óvulos são mais sensíveis à passagem do tempo do que os espermatozóides, por exemplo”, diz o especialista.
A endometriose, algum tipo de má-formação ou doenças que atinjam os ovários ou as trompas são outras condições que também impactam as mulheres com problemas de fertilidade. “Já por parte dos homens, estar em tratamento farmacológico também é um risco para a fertilidade. Tudo isso deve ser avaliado”, indica Petta.
“A partir da avaliação desses problemas citados e em quais níveis eles se encontram, ou seja, se é possível revertê-los ou não, o médico responsável vai então sugerir os tratamentos disponíveis. Eles podem ser de alta ou baixa complexidade e cada um é indicado para determinadas situações pelo qual o casal está passando”, explica o médico do Hospital Sírio Libanês.
Reprodução Assistida de Baixa Complexidade
As técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade é recomendada para casais cuja mulher tenha problemas com baixa ovulação ou cujo homem tenha leves alterações em seus espermatozoides.
Ocorre, de alguma forma, dentro do corpo da mulher e inclui técnicas como o “coito programado”, quando a mulher ovula de forma natural ou com o auxílio de medicamentos. “As fases de ovulação são acompanhadas por ultrassom e o profissional médico que acompanha o casal indica quais são os melhores dias para se ter relações sexuais, aumentando as chances de gravidez”, diz Petta.
“Outra técnica é a chamada “inseminação artificial”, em que os espermatozoides do marido (a chamada técnica homóloga) ou de um doador (técnica “heteróloga”) são introduzidos no colo do útero no momento aproximado da ovulação”, completa.
As taxas de sucesso na baixa complexidade, completa o especialista, são de 15% a 20% por ciclo de tentativa.
Reprodução Assistida de Alta Complexidade
“São recomendadas para casais cuja mulher possa ter problemas anatômicos – como falhas nas trompas ou então tenha passado por alguma cirurgia anterior nos órgãos reprodutivos – ou cujo marido tenha alterações moderadas nos espermatozoides”, aponta o médico.
Ocorre fora do organismo feminino. Umas das técnicas mais famosas é a “fertilização in vitro clássica”, em que os óvulos são fertilizados pelos espermatozoides em um ambiente de laboratório.
Uma variação da fertilização in vitro clássica é a chamada ICSI. Nesse método, o espermatozoide do marido é introduzido no óvulo usando-se um método mecânico e microscópico. Em ambas as técnicas (alta ou baixa complexidade) as alterações dos espermatozoides e não a idade dos homens é o determinante para a escolha do melhor método.
Outras técnicas mais modernas
Há ainda técnicas mais modernas para os problemas de infertilidade. Entre elas a chamada super-ICSI e a autocriopreservação dos óvulos:
“Na Super-ICSI , que é sugerida quando os espermatozoides do pai têm alguma alteração morfológica grave, os espermatozoides passam por uma seleção, em que os mais resistentes são utilizados para fecundar o óvulo. Já uma outra técnica, mais específica e com características distintas das que apontamos, é a autocriopreservação de óvulos, onde mulheres com idades próximas aos 38 anos podem congelar seus óvulos para uma futura fertilização em idades mais avançadas”, detalha Carlos Alberto Petta.
Paciência e apoio psicológico
A RA, é bom lembrar, não é um método “mágico”. Há taxas de sucesso altas em determinados perfis de casais, mas em outros pode ser necessário várias tentativas.
Os métodos de RA podem precisar de tempo – é preciso decidir qual o mais indicado, e para isso são necessários diversos exames antes do início das tentativas de fertilizações – e de preparação para a possibilidade de não se conseguir engravidar na primeira tentativa. Tudo isso pode gerar grande ansiedade nos casais.
Por isso, além do médico é importante também a figura do psicólogo (leia mais AQUI). http://www.oqueeutenho.com.br/329/a-atuacao-do-psicologico-na-reproducao-assistida.html#axzz26kyTxAxx
Fonte O que eu tenho
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