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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Equipe descobre antibiótico natural capaz de matar bactéria da tuberculose

Pyridomycin, produzido pela bactéria Dactylosporangium fulvum, é eficaz contra vários tipos resistentes da doença

Cientistas da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça, descobriram que um antibiótico natural secretado por uma bactéria que vive no solo pode combater a bactéria da tuberculose.

A pesquisa revela como o pyridomycin, produzido pela bactéria Dactylosporangium fulvum, é eficaz contra muitos dos tipos resistentes da doença que já não respondem ao tratamento com o medicamento convencional.

"A natureza e a evolução dotaram algumas bactérias com mecanismos de defesa potentes para protegê-los contra outros patógenos que compartilham de seu habitat. Produtos gerados por esses organismos são, portanto, uma forma poderosa para encontrar possíveis novas drogas para combater doenças infecciosas", afirma o autor da pesquisa Stewart Cole.

Utilizando essa abordagem, os pesquisadores mostraram que o antibiótico natural pyridomycin é um assassino muito seletivo de Mycobacterium tuberculosis, a bactéria responsável pela tuberculose em humanos.

Tuberculose causa até dois milhões de mortes por ano. Há uma grande necessidade de novas drogas, pois a eficácia dos antibióticos atuais é comprometida pelo aumento da resistência a medicamentos. As drogas mais eficazes usadas no tratamento convencional, por exemplo, isoniazida e rifampicina, muitas vezes não são eficazes.

Agora, os investigadores identificaram uma proteína, a enzima InhA, que é o alvo principal para o antibiótico. "Ao seleccionar e isolar mutantes de M. tuberculosis resistentes a pyridomycin e sequenciar o genoma verificamos que um único gene chamado inhA é responsável pela resistência ao produto natural", afirma Cole.

O gene inhA é necessário para produzir a proteína InhA, que já é um alvo conhecido da droga isoniazida. Acontece que pyridomycin pode ligar-se à mesma enzima InhA como a isoniazida, mas em um local diferente e de uma forma que envolve uma sequência diferente de eventos moleculares. São essas diferenças que dão pyridomycin a capacidade de combater estirpes resistentes de Mycobacteriums.

Os cientistas demonstraram que no tratamento com bactérias vivas, pyridomycin conduz à depleção de componentes essenciais da parede celular bacteriana.

"Nossa descoberta de que pyridomycin mata Mycobacterium tuberculosis por meio da inibição de InhA, mesmo em bactérias clinicamente isoladas que são resistentes à outras drogas, oferece uma grande oportunidade para desenvolver novos medicamentos para o tratamento da tuberculose resistente a drogas", conclui Cole.

Fonte isaude.net

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