Equipe cria estratégia para proteger medicamento para tratar Aids de ácidos do estômago antes de absorvição no organismo
Tecnologia desenvolvida no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, com o auxílio da nanotecnologia, vai ajudar na encapsulação de princípios ativos de medicamentos para o tratamento da AIDS empregando a técnica de spray drying, (secagem por aspersão).
O maior problema enfrentado pelos ativos dos medicamentos para chegar ao intestino e finalmente ser absorvidos pelo organismo é o ' ataque' feito pelo suco gástrico do estômago. Segundo o engenheiro químico Adriano Marim de Oliveira, pesquisador do Centro de Tecnologia de Processos e Produtos e responsável pelo projeto no IPT, " o esperado é o paciente ingerir o medicamento e os ativos serem absorvidos no intestino, chegando à corrente sanguínea e às regiões afetadas. Porém, a presença de ácido no suco gástrico do estômago acaba por degradar parte deles e impedir a chegada em sua totalidade ao intestino" , explicou Oliveira.
Uma das saídas empregadas pela indústria farmacêutica é a adição de uma solução tampão na composição do medicamento a fim de minimizar a variação do valor do pH no estômago, mas ela aumenta o tamanho dos comprimidos e dificulta a sua ingestão.
Absorvição
De modo a auxiliar a solucionar o problema, o projeto do IPT está estudando o uso de polímeros ' inteligentes' , que são sensíveis às variações de acidez e alcalinidade, para encapsular o ativo antirretroviral, produzindo nanopartículas com o auxílio do nanospray dryer e concentrando a sua absorção exclusivamente no intestino.
Os ensaios para o projeto, iniciado em maio de 2011 e com previsão de conclusão no próximo mês de outubro, tiveram início com estudos em placebo e a compreensão das condições de funcionamento do nanospray dryer.
Seis materiais poliméricos sensíveis a variações de pH foram testados para geração e encapsulação das nanopartículas, entre polímeros naturais (goma arábica, carboximetilcelulose e alginato) e sintéticos da família dos acrilatos, todos comumente empregados na indústria farmacêutica.
Concluída a etapa de ensaios em placebo, os testes se voltaram ao uso de um ativo modelo, que funcionou como um substituto às matérias-primas originais de alto custo usadas no tratamento da doença.
Os pesquisadores optaram pela encapsulação de uma vitamina do complexo B solúvel em água, de características similares à do ativo antirretroviral, com fácil manipulação e sem riscos de toxicidade. Ensaios foram executados para quantificar a liberação controlada da vitamina em relação ao controle de pH.
Fonte isaude.net
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