Especialistas formam sociedade para defender a prática, proibida pelo Conselho Federal de Medicina por falta de "evidências científicas"
Os médicos reagiram à proibição do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o uso de hormônios para retardar o envelhecimento. Em comunicado, um grupo de especialistas afirmou que vai recorrer à justiça para conseguir praticar a chamada medicina “anti-aging”.
A determinação coincide com a realização de um congressoem São Paulo justamente para divulgar as técnicas hormonais para manter a juventude. Por isso, a organização do evento produziu um comunicado dizendo que na próxima segunda-feira, será oficialmente lançada a Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf).
O advogado Valter Carretas, que representa a Sobraf, afirmou na nota que “lançaremos mão de instrumentos judiciais para garantir que nossos médicos associados possam atuar de acordo com seus direitos de praticar livremente a medicina, em benefício da saúde humana.”
Além disso, diz o texto, que será atribuição da Sobraf esclarecer alguns aspectos da nova resolução do CFM.
“Ao proibir ‘a prescrição de tratamentos baseados na reposição, suplementação ou modulação hormonal para prevenir a perda funcional da velhice, doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável, o CFM não apenas atinge os médicos que praticam anti-aging, mas também especialidades que se utilizam dos hormônios para a redução das comorbidades do envelhecimento”, afirmou no material o médico ginecologista Ítalo Rachid, que ocupará o cargo de presidente da Sobraf.
“É o caso dos ginecologistas, que repõem o estradiol na menopausa para prevenir a perda de massa óssea, melhorar a lubrificação vaginal e a sexualidade feminina; andrologistas e urologistas, que prescrevem testosterona, largamente utilizada em todo mundo para melhoria da composição corporal, redução do percentual de gordura e melhoria da insulina, uma vez que nenhuma dessas são doenças, mas condições clínicas que podem levar a doenças”.
O geriatra Jorge Jamili, que assumirá o cargo de vice-presidente da entidade, acrescenta que “as práticas anti-aging são adotadas para promover o envelhecimento saudável, não barrá-lo”.
Fonte iG
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