Brasília e Rio de Janeiro – O número
de casos suspeitos de dengue em Campo Grande pode colocar a capital de Mato
Grosso do Sul em estado de emergência.
O último boletim epidemiológico divulgado
pela Secretaria Estadual de Saúde informa que, nas duas primeiras semanas de
janeiro, 6.967 casos foram notificados. Desses, 5.654 só em Campo Grande, que
tem registrado mais de 700 suspeitas por dia, conforme a secretaria. Ao todo,
nove cidades sul-mato-grossenses contabilizam mais de 300 casos para cada 100
mil habitantes, incidência considerada alta.
A situação no Espírito Santo também
preocupa. Em Vitória, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a maioria dos
focos do mosquito transmissor da doença está dentro das casas dos moradores.
Esta semana começaram as ações de vistoria desses imóveis por agentes de saúde.
Os moradores recebem ajuda para eliminar recipientes descartáveis que possam
servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti.
Os agentes também trabalham na
cobertura com tela de caixas d’água e ralos e no tratamento com larvicida de
vasos de plantas, calhas, tanques e lajes. Na comparação da primeira para a
segunda semana de janeiro, o número de registros suspeitos quase dobrou. Nesse
período, em todo estado, foram 1.614 casos suspeitos e 35 notificações da forma
grave (dengue com complicação ou hemorrágica).
Na cidade do Rio de Janeiro, agentes
de saúde entraram em três imóveis fechados na Barra da Tijuca e no Recreio dos
Bandeirantes, na zona oeste, em busca de focos do mosquito. Foi a primeira
vistoria compulsória do ano.
Segundo a prefeitura, vizinhos denunciaram a existência de focos nas casas.
Os donos dos imóveis já haviam sido notificados três vezes, mas não responderam
ao órgão.
O subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção de Saúde, Daniel
Soranz, disse que os locais tinham grandes focos em piscina e em uma cisterna.
“A caixa d’água estava toda aberta com acúmulo intenso de água e muitos focos do
mosquito, por isso foi feita a entrada compulsória e o tratamento desses
focos”.
De acordo com o subsecretário, os donos poderão ser multas. O valor varia de
R$ 300 a R$ 3 mil. Desde 2011, a legislação autoriza a entrada de profissionais
de saúde em locais fechados que ofereçam riscos à saúde dos moradores ou
vizinhança. Mais de 6 mil pessoas foram notificadas e 243 entradas compulsórias
foram feitas no município. Para fazer uma denúncia ou solicitar a visita de
agentes de saúde, o cidadão pode ligar para a central de atendimento da
prefeitura pelo telefone 1746. Em 2012, mais de 3 mil agentes vistoriaram cerca
de 7,6 milhões de residências no município.
O Índice de Infestação por Aedes aegypti (LirAa), do Ministério da
Saúde, aponta que, pelo menos, 77 municípios brasileiros estão em situação de
risco para a dengue, mas o número pode ser maior, já que o levantamento é feito
a cada quatro meses e a maioria das cidades brasileiras não participa a
pesquisa, que traça um panorama para identificar onde estão concentrados os
focos de reprodução do mosquito da dengue.
Nas primeiras duas
semanas de janeiro, o ministério registou três casos graves confirmados da
doença e duas mortes em todo o país. No ano passado, no mesmo período, foram 119
casos confirmados e oito mortes. O ministério atribui a queda a organização da
rede pública e a capacitação dos profissionais de saúde.
Fonte Agência Brasil
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