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segunda-feira, 18 de março de 2013

Futuro da TI: Médicos vão perder importância nos próximos anos

A tecnologia Blue Button, que permite que consumidores
 baixem facilmente seus registros médicos, é outro passo na
direção certa, afirmou Topol
Medicina personalizada, centrada no paciente, faz com que médicos desempenhem um papel muito menos importante e o paciente, por sua vez, um papel mais importante do que o de hoje
 
Enquanto a palavra de ordem da TI em saúde é gestão da saúde populacional, Eric Topol, doutor em medicina, diretor do Instituto Scripps de Ciência Translacional, acredita que a medicina deva ser praticada em nível mais personalizado. Em vez de tratar da mesma maneira todos os pacientes com a mesma condição, médicos devem começar a se aproveitar de novas ferramentas tecnológicas, como sequência genômica, para moldar sua abordagem às diferenças individuais, disse Topol aos presentes no HIMSS, um dos principais eventos de TI em saúde, em Nova Orleans (EUA).
 
Em um amplo discurso, Topol destacou sua visão sobre um estilo de medicina personalizada, centrada no paciente, em que os médicos desempenham um papel muito menos importante e o paciente, por sua vez, um papel mais importante do que o de hoje. Neste cenário, consumidores irão utilizar uma variedade, de rápida proliferação, de aplicativos móveis de saúde e sensores corporais para diagnosticar e tratar a maioria de suas indisposições.
 
Para começar, observou o médico, os consumidores usariam sensores para medir não só atividades, mas também sinais vitais e funções corporais. Alguns dispositivos podem rastrear ondas cerebrais enquanto a pessoa dorme. Dispositivos atuais, que podem ser presos ao dedo, apontou Topol, já podem medir batimento cardíaco e o nível de oxigênio no sangue e transmitir os dados para um smartphone. Consumidores podem utilizar essas ferramentas em vez de irem dormir em uma clínica do sono ou hospital, disse ele.
 
Topol exibiu um “monitor UTI”, que muito se parece com um relógio de pulso de Dick Tracy, que pode registrar sinais vitais como pressão arterial, batimento cardíaco e saturação de oxigênio e enviar as informações para um smartphone. No futuro, disse, teremos também dispositivos em casa que poderão mostrar se uma criança está com infecção no ouvido. Outros dispositivos serão capazes de analisar o discurso para diagnosticar mal de Parkinson ou analisar a respiração de uma pessoa para medir o funcionamento dos pulmões ou diagnosticar câncer pulmonar.
 
Tudo isso – combinado com o aumento do acesso do consumidor ao seu próprio registro médico, autoeducação via Web e comunidades de redes sociais – irá ajudar a corrigir o desequilíbrio de informações que existe hoje entre médicos e pacientes, de acordo com Topol. Em algum momento, disse ele, os pacientes serão capazes de realizar, sozinhos, a maioria dos exames médicos, sem a ajuda de um médico. Os hospitais servirão apenas para cuidados intensivos, enquanto a maioria dos pacientes será monitorada remotamente, em casa.
 
Topol vê a medicina genômica como uma revolução, devido ao seu potencial de personalizar os cuidados aos pacientes. Observando que todo o genoma de uma pessoa pode ser sequenciado em poucas horas e por alguns mil dólares, ele prevê que, em algum momento, a maioria dos pacientes terá o genoma sequenciado, podendo ser apropriadamente cuidado quando doente.
 
A revolução genômica, segundo ele, já levou a uma grande mudança na forma como cientistas lidam com o tratamento de câncer. Em um tipo de melanoma maligno, contou ele, pacientes tiveram 85% de resposta ao tratamento quando definidos especialmente para eles. Em contraste, observou, apenas 30% dos pacientes com artrite reumatoide respondem a três medicamentos para a condição, que juntos custam US$ 30 bilhões por ano.
 
Com pesquisas de ponta, organizações como a Scripps estão tentando combinar dados genômicos com sensores pessoais que podem ser introduzidos em indivíduos. Um sensor da metade do tamanho de um grão de areia, que o Scripps está desenvolvendo em colaboração com a Caltech, pode ser introduzido no corpo de uma pessoa e prevenir morte por parada cardíaca, ao detectar rachaduras nas artérias, disse ele. Se uma surge, um telefone celular toca.
 
Este tipo de tecnologia, segundo ele, irá, um dia, mudar o relacionamento entre médicos e pacientes. Enquanto este relacionamento é, hoje, baseado em assimetria de informações, isso vai mudar quando pacientes tiverem acesso a informações sobre seu próprio DNA. Uma recente pesquisa mostrou que 81% dos pacientes gostariam de ter o genoma sequenciado. A Associação Americana de Medicina, de acordo com Topol, disse que isso deve ser realizado sob a orientação de um profissional de saúde. Topol discorda, porque essa informação – assim como histórico médico – pertence ao individuo.
 
Existem sinais de que os médicos estão começando a mudar de atitude em relação ao compartilhamento de informações, disse ele. Por exemplo, ele se referiu a um recente estudo de compartilhamento de observações médicas com pacientes. Muitos médicos foram contra no início, mas depois de começaram a compartilhar suas observações com os pacientes, mudaram de ideia.
 
A tecnologia Blue Button, que permite que consumidores baixem facilmente seus registros médicos, é outro passo na direção certa, afirmou Topol.
 
Ele mencionou, também, a tendência de big data, destacando o enorme aumento na quantidade de dados de saúde conforme os sistemas foram digitalizados nos últimos anos. Supercomputadores, como IBM Watson, disse ele, serão necessários para “distinguir barulho de sinais”.

Fonte: Ken Terry | InformationWeek EUA; replicada pela InformationWeek Brasil
 
Por Saudeweb

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