Mutilador, o tratamento para câncer de vulva requer, em todos os casos, cirurgia que retira parte ou a totalidade do órgão genital externo feminino. Seu impacto psicossocial é altíssimo para as afetadas pela doença.
Por essa razão, pesquisadores têm se debruçado sobre novos tratamentos e maneiras de causar menos danos às pacientes.
O Hospital A.C. Camargo, por exemplo, tem desenvolvido pesquisas que ajudam a direcionar a extensão do tratamento cirúrgico.
"Hoje o médico do hospital faz uma biópsia do tumor e solicita um exame de expressão da proteína P14, um marcador de agressividade. O resultado mostra se a cirurgia precisa ser mais ou menos agressiva. É como se fossem os olhos do cirurgião", diz o biólogo Rafael Malagoli, do departamento de anatomia patológica.
Segundo ele, o exame é novo, mas logo deve começar a ganhar importância em outros centros de saúde.
Pesquisadores do hospital também estão sequenciando o genoma do câncer vulvar para identificar onde estão as principais alterações nos genes relacionados ao câncer.
"Agora a grande busca do nosso grupo são as terapias-alvo. As chances de responder bem ao tratamento só com essa terapia é alta porque a droga atinge quase exclusivamente as células tumorais", diz Malagoli.
No Hospital de Câncer de Barretos um estudo clínico que já conta com 30 participantes avalia se é possível evitar a retirada dos gânglios linfáticos da virilha, para onde o câncer pode passar.
Os médicos veem o comprometimento do linfonodo sentinela por meio de um marcador. Se o gânglio não estiver comprometido, pode não ser necessário retirar todos os linfonodos da região. Isso evita sequelas como o linfedema (inchaço crônico das pernas).
A pesquisa do linfonodo sentinela já é usada no câncer de mama para evitar a retirada dos gânglios do braço.
Fonte Folhaonline
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