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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Radioterapia continua sendo tratamento de escolha para gliomas

Mulher acompanhada de médica e enfermeira - Foto Getty ImagesEstudo compara o tratamento com quimioterapia feita com medicamento específico
 
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 10% dos cânceres no Brasil são cerebrais, sendo que 4% das mortes por câncer no Brasil estão relacionadas a esse tipo de tumor. O tratamento dessa doença continua sendo um desafio, mas a ala científica está cada vez mais empenhada a encontrar novas formas de lidar com ela.

A última novidade quem traz é um amplo estudo realizado com 477 pacientes em 18 países diferentes. Foram comparadas a radioterapia e a quimioterapia feita com temozolomide, droga que vêm demonstrando boa ação em gliomas de baixo grau. O grupo de câncer no cérebro mais frequente é chamado de glioma, que por sua vez engloba uma série de tumores cerebrais. O estudo também buscou identificar fatores moleculares que indiquem a progressão da doença e, com isso, auxiliar na tomada das melhores decisões terapêuticas. Os resultados serão divulgados pela American Society of Clinical Oncology (ASCO) no dia 1 de junho.

Depois de passarem por estratificação molecular do cromossomo 1, os pacientes com tumor cerebral do tipo glioma foram divididos em dois grupos: no grupo (a), 240 participantes foram submetidos à radioterapia, enquanto no grupo (b), 237 participantes foram submetidos à quimioterapia com temozolomide.

No início do estudo, a diferença que a presença de uma deleção cromossômica - perda parcial ou total de um segmento do cromossomo - no braço curto do cromossomo 1 faz no prognóstico da resposta do tumor ao tratamento já era conhecida. Consequentemente, os pacientes foram estratificados antes da randomização. Outros marcadores serão analisados agora que o estudo está completo e tornarão mais claros os motivos pelos quais alguns pacientes têm evolução da doença muito melhor que outros.

A triagem mostrou que o tratamento com temozolomide, comparado à radioterapia, não melhorou a sobrevida livre de progressão do tumor em casos de gliomas de baixo grau e risco elevado. Durante o acompanhamento de 45,5 meses e depois que os tumores de 246 pacientes progrediram não houve diferença estatística significativa entre os grupos quanto à sobrevida sem progressão do tumor.

A toxicidade relacionada ao temozolomide foi branda: a toxicidade hematológica grau 3 foi observada em 9% dos pacientes que usaram a medicação.

Segundo os pesquisadores, este é o primeiro estudo a avaliar prospectivamente marcadores moleculares em tumores primários. Segundo os pesquisadores, no futuro, o diagnóstico de gliomas de baixo grau será substituído por uma caracterização molecular do tumor mais diferenciada, que sustentará estratégias de tratamento.

O que é preciso saber ao receber um diagnóstico de câncer
Mesmo com os tratamentos cada vez mais avançados, receber um diagnóstico de câncer ainda pesa. Grande parte dos pacientes sai do consultório médico em pânico, imaginando desdobramentos que, não necessariamente, têm chances de acontecer. Os efeitos colaterais da medicação, as chances de cura e a necessidade de mudar a rotina são alguns dos pontos que mais geram dúvidas. Especialistas no assunto indicam dez informações essenciais, capazes de ajudar os pacientes que acabaram de receber um diagnóstico de câncer a vencerem este momento com mais serenidade.
 
Idoso no consultório médicoSempre há como ajudar
"Não importa o estágio em que o câncer foi descoberto, sempre há como ajudar o paciente", afirma a psico-oncologista Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO). Segundo ela, apenas em metade dos casos de câncer descobertos é possível falar em cura. Isso não quer dizer, entretanto, que a outra metade não possa ser ajudada. "O acompanhamento médico pode melhorar e muito a qualidade de vida do paciente, ajudando no controle da dor ou proporcionando mais conforto", afirma.
 
Mulher fazendo exame de mamografia - Foto Getty ImagesDiagnóstico em estágio inicial
Segundo o oncologista Anderson Arantes Silvestrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o diagnóstico do câncer em fase inicial aumenta não só as chances de cura, mas também o tempo de sobrevida do paciente com câncer. "Além disso, o tratamento tende a ser menos tóxico e com menor tempo de duração". O oncologista faz uma comparação apontando que a taxa de cura de pacientes com câncer de mama em estágio I é de 90%, enquanto que a taxa de cura de pacientes com o mesmo problema em estágio III é de 40%. Por isso, cultivar bons hábitos de vida e realizar exames de prevenção é fundamental.
 
Médico analisando exames de raio-x - Foto Getty ImagesDiagnóstico em estágio avançado
Tumores em estágio mais avançado demandam tratamentos mais intensivos e, na maioria das vezes, mais tóxicos. "Isso não significa, obrigatoriamente, que o paciente irá sofrer mais ou que não deverá ter esperança", afirma a psico-oncologista Luciana. De acordo com a especialista, hoje o paciente tem inúmeros tratamentos à disposição e diversos medicamentos que controlam efeitos colaterais. Assim, embora o tratamento do câncer em estágio avançado seja mais agressivo, nem sempre isso significa um desconforto muito intenso.
 
Médico segurando prancheta - Foto Getty ImagesCada caso é um caso
A frase pode incomodar o paciente, mas, de fato, cada caso é um caso. "Isso significa que você não pode basear seu prognóstico no de um colega, ainda que ele tenha o mesmo tipo de câncer e receba o mesmo tratamento", afirma a psico-oncologista Luciana. De acordo com o oncologista Anderson, cada vez mais o tratamento do câncer tem sido individualizado, o que aumenta as chances de sucesso e reduz os efeitos colaterais. Consequentemente, os resultados também são os mais variados.
 
Mulher acompanhada do marido na consulta médica - Foto Getty ImagesAcompanhante nas consultas médicas
Levar ou não um acompanhante às consultas médicas é uma decisão que cabe somente ao paciente, mas os especialistas apontam que ter alguém ao lado em um momento tão difícil tende a ser positivo. "O paciente não precisa enfrentar a doença sozinho", diz a psico-oncologista Luciana. O acompanhante pode ajudar oferecendo apoio emocional, tirando dúvidas e lembrando episódios que o próprio paciente esqueceu.
 
Mulher com cabelo raspado - Foto Getty ImagesEfeitos colaterais
"É fundamental o conhecimento dos efeitos colaterais dos tratamentos para não ser pego de surpresa e conseguir lidar melhor com eles", alerta o especialista Anderson. Mas lembre-se de que não há regra. Cada paciente reage de determinada maneira, ou seja, nem tudo está previsto pelos médicos e alguns sintomas adversos podem não aparecer. Alguns pacientes, por exemplo, começam a apresentar efeitos colaterais de quimioterapia apenas após o quinto ciclo do tratamento.
 
Mulher acompanhada de médica e enfermeira - Foto Getty ImagesIntegração com a equipe
Cada vez mais, o tratamento de um paciente com câncer se torna mais complexo e, portanto, mais completo, afirma o oncologista Anderson. Oncologistas, enfermeiras, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais trabalham juntos para individualizar o tratamento, aumentando as chances de sucesso. Por isso, a integração com essa equipe é fundamental. A confiança entre o paciente e os profissionais de saúde é a base para um tratamento eficaz.
 
Homem escrevendo - Foto Getty ImagesComece um diário
Após o diagnóstico do câncer, o que não falta é dúvida. Meu cabelo vai cair com o tratamento? Terei náuseas e enjoos? Precisarei mudar algo em minha rotina? Por isso, a psico-oncologista Luciana recomenda que seus pacientes comecem um diário o quanto antes. Nele, o paciente deverá anotar como passou cada dia, quais dúvidas surgiram e quais sintomas apareceram. "Isso facilita as consultas médicas e evita que o paciente se esqueça de perguntar alguma coisa".
 
Médico e paciente - Foto Getty ImagesPesquisas clínicas
É recomendado que o paciente com câncer acompanhe a divulgação de pesquisas clínicas juntamente com seu médico. Afinal, de acordo com o oncologista Anderson, essa pode ser a única opção de acesso a um tratamento e a medicamentos de ponta para alguns pacientes. "Vale lembrar que as drogas usadas nesses tratamentos experimentais já foram avaliadas anteriormente em testes subclínicos e testes de segurança". Antes de investir, entretanto, é imprescindível discutir seus benefícios com o especialista que acompanha o caso.
 
Médico no consultório - Foto Getty ImagesSegunda opinião
Se o paciente não se sentiu à vontade com seu médico ou se não saiu do consultório com segurança, então, deve buscar uma segunda opinião. "Ter confiança na equipe médica que está cuidando do seu caso melhora inclusive a aderência ao tratamento", afirma o oncologista Anderson. Entretanto, a razão pela qual você quer buscar uma segunda opinião deve ser bem avaliada. Ir atrás de outros especialistas porque não ficou satisfeito com o prognóstico ou porque você acha que ele não pediu tantos exames quanto deveria pode criar falsas ilusões e até encaminhá-lo para especialistas menos qualificados.
 
Fonte Minha Vida

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