Brasília - Dos 16.530 profissionais com diploma brasileiro ou revalidado
preliminarmente inscritos no Programa Mais Médicos, 938 confirmaram a
participação. O número equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a
necessidade de 15.460 médicos. Os profissionais vão atender a regiões carentes
de 404 municípios.
Durante a apresentação dos dados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
trouxe a possibilidade de propor parcerias com universidades estrangeiras e com
outros países. “Tendo o quadro da distribuição, onde se concentra a carência,
fica mais factível para o Ministério da Saúde buscar parcerias com países e
universidades”, disse o ministro. Atualmente, só são aceitas inscrições
individuais de médicos formados fora do país.
Em uma tentativa de aumentar o número de confirmações, o Ministério da Saúde
prorrogou até a próxima quinta-feira (8) à meia-noite o prazo para a homologação
e escolha de municípios para os inscritos com diploma brasileiro. Para o
presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, José Fortunati, houve “fraude” nas
inscrições. “Mais de 14 mil médicos fraudaram a inscrição”, disse. “O que
imperou foi o sentido corporativista das entidades”.
O ministério recebeu denúncias de que grupos estavam se organizando para
boicotar o programa e pediu que a Polícia Federal investigasse o caso. Mais de 6
mil inscritos deixaram o número do registro profissional em branco. Outros 171
colocaram traços ou zeros nos espaços e muitos colocaram números
inconsistentes.
Quase 50% dos médicos inscritos concluíram a graduação entre 2011 e 2013.
Mais de 70% dos profissionais se formaram nos últimos dez anos. Os profissionais
começam a trabalhar em setembro. Ao todo, 51% dos profissionais vão atender em
periferias de capitais e de regiões metropolitanas. Os demais vão atuar em
municípios do interior de alta vulnerabilidade social.
Pouco mais de 47% dos profissionais têm entre 23 e 30 anos, 25,48% estão na
faixa de 31 a 40 anos. Médicos com mais de 41 anos somam 27,24% dos inscritos.
Os homens somam pouco mais de 58% dos médicos inscritos.
Dos 404 municípios que vão receber médicos, 213 estão em regiões com 20% ou
mais de sua população em situação de extrema pobreza, 111 em regiões
metropolitanas, 24 são capitais. Foram atendidos ainda 16 distritos sanitários
indígenas (Dsei). Mais de 2 mil municípios não atraíram o interesse dos
profissionais, 782 em regiões prioritárias.
A Região Nordeste é a que vai receber um maior número de profissionais, serão
372 direcionados a 203 cidades e um Dsei. Em seguida vem o Sudeste, com 216
médicos para atender a 77 municípios. Em terceiro lugar ficou a Região Norte,
com 144 médicos em 49 municípios e 14 Dseis. A Região Sul vai receber 107
médicos em 53 municípios, e a Região Centro-Oeste vai contar com 99 médicos em
22 municípios e um Dsei. O Ceará, com 91 médicos, é o estado que mais vai
receber médicos na primeira etapa, em seguida vem a Bahia, com 85, Goiás, com 70
e Minas Gerais, com 74.
Apenas 11% dos municípios que aderiram ao Mais Médicos vão receber
profissionais nesta etapa. A demanda atendida na Região Norte é 8,1%, no
Nordeste, 7,7%. Sul e Sudeste tiveram cerca de 4% e Centro-Oeste terá 9% da sua
demanda atendida.
Os municípios têm até 25 de agosto para indicar ao Ministério da Saúde como
será feito o deslocamento do profissional e qual será a moradia oferecida ou se
vai optar por pagar auxílio-moradia. Além de ajuda de custo, para compensar
eventuais despesas de instalação, o médico receberá também auxílio do município
para alimentação.
Os 1.920 médicos com diploma estrangeiro que também se inscreveram têm até a
quinta-feira (8) para completar o cadastro. Dia 15 de agosto o programa vai
abrir uma nova etapa de inscrições para municípios e médicos.
Lançado dia 8 de julho, por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem
como uma das metas levar profissionais para atuar durante três anos na atenção
básica à saúde em regiões pobres do Brasil, dando prioridade a médicos formados
no Brasil. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo pelo
fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos formados fora
do país.
Fonte Agência Brasil
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