Imagem da internet Lesão, localizada principalmente nos tornozelos ou terço inferior das pernas e pés, acontece por um transtorno na circulação de retorno das pernas |
Também chamada de estase ou flebostática, a úlcera varicosa é hoje a principal causa de feridas nas pernas. A doença, que acomete pessoas de todas as idades, causa além da perda parcial da capacidade funcional do membro afetado, baixa autoestima, isolamento social e é responsável por um grande número de aposentadorias precoces e afastamento do emprego.
O angiologista Ary Elwing, afirma que, dependendo do grau da doença, ocorre a necessidade dos pacientes mudarem totalmente seus hábitos de vida, o que muitas vezes pode os levar a um sentimento de inutilidade.
— Um dos maiores problemas é que, além do sofrimento pessoal, também há o impacto socioeconômico, pois este tipo de patologia incide geralmente em pessoas ativas, trabalhadoras, em pleno momento de produtividade, afastando-as do trabalho por um longo período de tempo. Desde a instalação até a sua cura, pode levar pelo menos seis meses, podendo apresentar recorrências, mesmo no primeiro ano do fechamento da lesão — explica o médico.
A lesão, localizada principalmente nos tornozelos ou terço inferior das pernas e pés, acontece por um transtorno na circulação de retorno das pernas — toda a circulação sanguínea de retorno ao coração é feita pelas veias.
Cerca de 73% das úlceras de perna são de origem venosa , as feridas podem estar ligadas a uma série de causas, como ferimentos infectados; doenças infecciosas; defeitos de glóbulos sanguíneos, como a anemia falciforme; doenças autoimunes, como a esclerodermia; hipertensão arterial; má irrigação sanguínea da perna (úlceras isquêmicas); úlceras dos diabéticos; tumores de pele; e úlceras venosas.
Repouso é fundamental
Dor, cansaço, sensação de peso nos membros inferiores, edema e coceira nas áreas onde há inflamação da pele são alguns dos sintomas recorrentes nos portadores de úlcera varicosa. A lesão costuma ser pouco dolorosa, manifestando-se normalmente em casos onde há infecção associada, ou em pacientes hipertensos sem o controle adequado da pressão arterial. Por ficarem abertas, as feridas acabam funcionando como porta de entrada para infecções, por isso é necessário seguir rigorosamente as orientações médicas e higiênicas prescritas.
— As feridas estão sujeitas a infecções e complicações, mas, embora difícil e demorado, a úlcera varicosa tem tratamento com possibilidade real de controle e cura — diz Elwing.
Diagnostica através de exame clínico, sendo algumas vezes necessário estudo detalhado da circulação venosa, a lesão é tratada basicamente com os mesmos cuidados utilizados com as varizes, sendo o repouso prolongado, com pernas elevadas, o cuidado mais fundamental. O tratamento da úlcera propriamente dita consiste em limpeza, uso de antibióticos se houver infecção, e a elasto-compressão com ataduras para evitar o edema, que impede a cicatrização.
— Mas somente o tratamento local da úlcera não é suficiente, Não adianta tratar somente a consequência da doença. A causa dela também deve ser eliminada — alerta o cirurgião.
Saiba como tratar a lesão
— De acordo com o tipo de ulceração, se o paciente ficar em repouso absoluto, com as pernas elevadas abrevia o tempo de tratamento;
— Uma das principais medidas é manter a ferida limpa. Atualmente, estão disponíveis vários tipos de curativos que agem mantendo a ferida fechada, mas qualquer um deles deve estar associado à compressão, feita por ataduras que, assim como os curativos, devem ser indicadas pelo médico especialista;
— Quando as úlceras são extensas e não existe infecção, pode-se fazer enxertia cutânea que, além de abreviar o tempo de cicatrização, permite maior resistência ao reaparecimento da úlcera;
— Em muitos casos de úlceras varicosas, pode haver a indicação de tratamento cirúrgico, depois de um estudo cuidadoso feito pelo médico especialista. Só devendo ser realizada após a cicatrização da úlcera ou quando já estiver totalmente isenta de material purulento.
Zero Hora
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