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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Acreditação: diferentes obstáculos Brasil afora

Durante a apresentação do case de acreditação da Rede D'Or, no Saúde Business Forum 2013, instituições mostram que ainda há dúvidas sobre qual metodologia seguir
 
Se alguns hospitais já atuam na manutenção dos processos de excelência e dos selos de qualidade, outros ainda representam a grande maioria das instituições brasileiras, que “engatinham” quando o assunto é acreditação. Essa é uma das conclusões do encontro realizado durante o Saúde Business Forum 2013, que reuniu hospitais de diferentes regiões brasileiras durante a apresentação “Acreditação: como monitorar, sensibilizar e comunicar equipes para obter resultados duradouros” realizada pela diretora de qualidade assistencial da Rede D´Or, Helidea Lima, em parceria com a revista Melhores Práticas.
 
Na sala, hospitais do interior de São Paulo e da região Nordeste aproveitaram o momento para tirar dúvidas sobre os diferentes tipos de selo e como iniciar o processo para a conquista do certificado. Tal grupo reflete o que os números já atestam: poucos são as instituições acreditadas brasileiras. Para se ter uma ideia, dos cerca de 6800 hospitais cadastrados na base do CNES (Ministério da Saúde) apenas 250, o que corresponde a 3%, são acreditados pela ONA, Joint Comission International (JCI) ou a Acreditação Canadense. Nos Estados Unidos, 82% dos hospitais possuem a JCI.
 
Mas agora, com a RDC 36 lançada pelo Ministério da Saúde em julho, que obrigada as instituições a ter um Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) responsável por desenvolver um Plano de Segurança do Paciente (PSP), tal ação, segundo Helidea, deve colocar o gestor em frente à necessidade de investir em qualidade. “Toda instituição de saúde deverá ter uma política de segurança na instituição. Ela [a norma] nos coloca a obrigação de definir um núcleo gestor de segurança”, pontua.
 
O comitê, segundo a executiva, deve ser representado por profissionais da farmácia, engenharia clínica, educação continuada e também nos processos críticos: terapia intensiva, centro cirúrgico, emergência, OPME. “É necessário que eles se reúnam para identificar as possíveis notificações que ocorrerem, pois é papel do comitê fortalecer a notificação de evento”, conta. Helidea ainda acrescenta que um estudo brasileiro recente apontou que 5,7% dos pacientes internados sofrem um evento adverso, o que expõe ainda mais a necessidade fundamental dos processos de qualidade.
 
Rede D´Or
Composta por 24 hospitais, a Rede D´Or São Luiz ilustra parte do restrito universo das instituições acreditadas brasileiras. Com hospitais localizados sobretudo na região sudeste, tem 50% da rede acreditada e pretende chegar em 2014 com 80% do grupo nesta condição.
 
Segundo Helidea, o foco da acreditação e o que ela tem implantado no grupo deve estar, sobretudo, ligado à segurança do paciente. “Ainda estamos atendendo muito a prioridade do médico”, diz, explicando que na Rede D´Or, o médico precisa se envolver cada vez mais. Outra dica dada pela especialista é o tempo entre o diagnóstico e a implementação da acreditação, que não deve ultrapassar dois anos.
 
“Em dois anos as pessoas cansam, muda a liderança e ele [o processo] não se mantém. Já vi unidades que em dois meses foram acreditadas”, conta. Mas a realidade do grupo está muito mais em manter o processo e os selos de qualidade e assim disseminar para outros da rede.
 
Na Rede D´Or, as ferramentas utilizadas são:
 
Termômetro de sensibilização: que mede como as equipes que atuam no hospital desde a parte de staff até os grupos médicos e diretoria estão engajados e motivados no processo de qualidade. Foi possível medir, por exemplo, quais grupos se engajam mais rumo aos processos de qualidade. A pesquisa demonstrou, por exemplo, uma ideia já disseminada por várias instituições hospitalares: o médico do corpo-clínico fechado é mais engajado do que àqueles que atuam em outras instituições.
 
Gestão de performance: se utiliza o software Epimed com foco na gestão clínica. Em um estudo utilizando seis hospitais da rede que são acreditados e pertencem a região sudeste e uma amostra parecida do grupo Epimed, apontou resultados relativos próximos. Dentro deles, um exemplo foi a aplicação na taxa de letalidade padronizada com pacientes internados em UTI, com foco no tercil superior do SAPS 3. “Ou seja, aqueles pacientes mais graves”. A Epimed apresentou taxa de 0, 68 % e a Rede D´Or apresentou 0, 59%. A taxa deve ser menor que 1.
 
Pesquisa de clima: pois como ela explica: “o processo é mudança de cultura, então se a qualidade é a alavanca, o ponto de apoio da alavanca é a gestão de pessoas feita pelo RH”.
 
Pesquisa de percepção de segurança: se aplica um questionário para avaliar o que os funcionários pensam sobre a segurança da instituição. “Usamos uma ferramenta validada pelo modelo canadense”.
 
Check-list: para o acompanhando periodicamente dos processos principais e de apoio.
 
SaudeWeb

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