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sábado, 23 de novembro de 2013

Diagnóstico precoce de anemia falciforme aumenta sobrevida de pacientes

A anemia falciforme é uma das doenças mais predominantes no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cada mil crianças nascidas vivas, uma tem a doença e, uma a cada 35, nasce com o traço falciforme. Este tipo de anemia é genético, hereditário e tem maior prevalência na população afrodescendente. Quando descoberto ainda cedo, é possível adotar os cuidados necessários e minimizar os danos ocasionados pela doença.
 
De acordo com a hematologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Luciana Ribeiro Sampaio, a anemia falciforme é causada por uma alteração do gene que produz a hemoglobina, levando a uma mudança na forma dos glóbulos vermelhos. Devido a essa alteração, o glóbulo, em forma de foice, circula com dificuldade na corrente sanguínea e é destruído facilmente, o que leva a quadros de oclusão vascular.
 
"A pessoa terá a doença apenas se herdar o gene do pai e também da mãe. Caso seja herdado o gene apenas de um deles, a criança adquire o traço falciforme, o que a torna portadora da doença, sem desenvolvê-la", explica a hematologista.
 
Segundo a especialista, é preciso diagnosticar a anemia falciforme ainda na maternidade, por meio do exame do pezinho, pois 80% das crianças não alcançam os cinco anos de vida quando não recebem os devidos cuidados. Já na fase adulta, o diagnóstico é feito por meio do exame de sangue eletroforese de hemoglobina.
 
Sintomas
Os sintomas mais comuns nos quadros moderados da doença são palidez, cansaço e olho amarelo. Quando a doença está em uma fase mais grave, podem ocorrer crises dolorosas, pois a hemácia não consegue circular, úlceras nas pernas, trombose, acidente vascular cerebral e perda da função de vários órgãos, como insuficiência renal, cardíaca e hepática.
 
Tratamento
A única forma de cura para a anemia falciforme é o transplante de medula óssea, porém, essa medida tem melhor resultado em crianças. Já o tratamento de suporte é feito com transfusões de sangue nos episódios de agudização da doença ou mensalmente, quando o paciente tem antecedente de quadros graves, como acidente vascular cerebral; hidratação, administração de ácido fólico e tratamento precoce dos quadros infecciosos. Também podem ser utilizado medicamento para reduzir o número de crises.
 
Cuidados
A hematologista aponta alguns cuidados que precisam ser tomados para que a doença não seja agravada. "É possível reduzir os quadros de agudização a partir de medidas simples, como fugir do stress, manter-se sempre aquecido nos períodos de frio e estar sempre bem hidratado".
 
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