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sábado, 23 de novembro de 2013

Falta de equipamentos e remédios leva médico a denunciar caos na saúde

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Foto: Gerson Walber/Correio do Estado
Renato Figueiredo lamentou situação nos postos de saúde
O médico pediatra Renato Figueiredo fez uso da Tribuna na sessão desta quinta-feira (21) na Câmara Municipal para alertar os vereadores sobre o caos na saúde pública: falta de medicamentos, equipamentos e materiais médicos.
 
Renato, que é plantonista há sete anos nas unidades de saúde de Campo Grande e diretor do Sindicato dos Médicos, aproveitou a oportunidade para apresentar fotos e documentos relatando os problemas enfrentados diariamente. Segundo o médico, muitas denúncias foram feitas e, por isso, os postos de saúde têm sido fiscalizados e a situação encontrada é precária.
 
“Por falta de material as unidades estão improvisando. Utilizando mesmo lençol na mesma maca porque não tem como trocar. Isso provoca a disseminação de doenças. Isso é muito sério, já verificamos isso há muito tempo. Não é questão de vir falar mal de alguém, são vidas que há 10 meses passam por situação cardíaca séria sem monitoramento. Muitas das vezes não tenho remédio para tratar os pacientes. Eu dependo desse aparelho para monitorar a freqüência cardíaca dos pacientes.
 
Em todas as unidades verificamos que tinha apenas um aparelho ou nenhum, o que inviabiliza o funcionamento de uma unidade de saúde de emergência. Eu não tenho parâmetro nenhum para monitorar o paciente. O único oxímetro do Posto da Vila Almeida está quebrado. Não temos desfibrilador no Vila Almeida e no Coronel Antonino está quebrado, este é um equipamento para o funcionamento mínimo necessário de uma unidade de emergência. Não tínhamos sequer material para colher sangue, imagine uma unidade de emergência sem coletor de sangue”, lamentou.

Renato Figueiredo apresentou ainda um relatório elaborado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), contendo inúmeras irregularidades. “No relatório do SAMU haviam 17 pacientes aguardando sem condições mínimas de atendimento e lá não tem ninguém gripado, são pessoas com patologias graves como infarto, derrame, septicemia, paciente entubado, com AVC hemorrágico, sem monitoração. Não porque não queríamos, mas porque não tinha. Isso demonstra a gravidade da falta de materiais básicos, falta de transporte, da falta de medicação. Esse relatório foi enviado ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e ao Ministério Público Estadual para que sejam tomadas providências”, disse.
 
O médico também relatou aos parlamentares a situação vivida em um plantão na unidade do Vila Almeida. “Fiz um plantão no sábado à noite e não tínhamos água desde o período matutino. Não tínhamos como lavar a mão, não tinha água nem para isso.
 
Enviamos diversos documentos à Secretaria de Saúde, ao secretário Ivandro Fonseca solicitando equipamentos, solicitações que se repetem durante os meses e cuja conseqüência é a morte de pacientes. Não estou aqui procurando culpados, só quero uma solução. Não importa de quem é a culpa. Eu, como médico, só quero chegar para trabalhar e ter condições para salvar vidas. Que vocês vereadores possam ter tranquilidade para fazer o trabalho de vocês e mudar isso, para que eu possa sentir isso lá na ponta, na melhora do atendimento aos pacientes”, finalizou. 

Correio do Estado

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