Foto Kris Tavares/Tribuna Impressa Dois meses após perder o pai, Rosana enterrou ontem sua mãe, de 69 anos, vítima de um AVC |
Confronto entre Prefeitura e médicos, cujas faltas bateram recorde este mês, faz mais uma vítima em Araraquara. Clarice Montovani, 69 anos, morreu na manhã de ontem, depois de aguardar 18 horas por internação na Santa Casa.
Clarice começou apresentou os primeiros sinais de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e foi levada pela filha, a autônoma Rosana Maria dos Santos, 46, à UPA Central, às 7h de terça.
Ficou em observação e teve a pressão arterial aferida, precisava urgente fazer uma tomografia, mas não havia vaga no hospital. Ela só conseguiu a transferência à 1h e passou toda a quarta-feira realizando exames, porém, acabou morrendo na manhã de ontem.
“Perdi meu pai por causa do descaso da saúde, hoje estou enterrando minha mãe. Estou sentindo um vazio grande dentro de mim, uma tristeza. Se ela tivesse recebidos os cuidados certos, poderia estar hoje aqui comigo”, desabafa a autônoma.
O pai de Rosana, Dorival dos Santos, 73, morreu há dois meses. Segundo a usuária da rede pública de Araraquara, ela o teria levado com pneumonia até a UPA. Lá, o aposentado foi medicado e dispensado.
Ao chegar em casa, ainda segundo Rosana, Dorival se sentiu fraco e acabou caindo. Ele bateu a cabeça e voltou à UPA, foi medicado e novamente dispensado. “À noite meu pai passou mal e morreu. Perdi meus pais por causa da precariedade da saúde em Araraquara. Queria um dia conversar com o prefeito, para ele ver o tamanho do meu sofrimento. Agora nós vamos à Justiça, isso não vai ficar assim”, completa.
Clarice começou apresentou os primeiros sinais de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e foi levada pela filha, a autônoma Rosana Maria dos Santos, 46, à UPA Central, às 7h de terça.
Ficou em observação e teve a pressão arterial aferida, precisava urgente fazer uma tomografia, mas não havia vaga no hospital. Ela só conseguiu a transferência à 1h e passou toda a quarta-feira realizando exames, porém, acabou morrendo na manhã de ontem.
“Perdi meu pai por causa do descaso da saúde, hoje estou enterrando minha mãe. Estou sentindo um vazio grande dentro de mim, uma tristeza. Se ela tivesse recebidos os cuidados certos, poderia estar hoje aqui comigo”, desabafa a autônoma.
O pai de Rosana, Dorival dos Santos, 73, morreu há dois meses. Segundo a usuária da rede pública de Araraquara, ela o teria levado com pneumonia até a UPA. Lá, o aposentado foi medicado e dispensado.
Ao chegar em casa, ainda segundo Rosana, Dorival se sentiu fraco e acabou caindo. Ele bateu a cabeça e voltou à UPA, foi medicado e novamente dispensado. “À noite meu pai passou mal e morreu. Perdi meus pais por causa da precariedade da saúde em Araraquara. Queria um dia conversar com o prefeito, para ele ver o tamanho do meu sofrimento. Agora nós vamos à Justiça, isso não vai ficar assim”, completa.
Saúde
Em nota, a Prefeitura afirma que as UPAs são dotadas de toda infraestrutura de urgência e emergência. Na Central, há 12 leitos com respiradores e outros equipamentos necessários para monitoramento dos pacientes. Na unidade da Vila Xavier existem sete leitos nas mesmas condições. Entretanto, a tomografia, necessária no caso da paciente, só é realizada em hospital.
A Santa Casa de Araraquara informou possuir apenas nove leitos mantidos pela Prefeitura. O Ministério da Saúde liberou recursos para a contratação de mais 16 leitos de UTI na unidade que, com o incremento financeiro, passará a oferecer 25 leitos para internações.
Em nota, a Prefeitura afirma que as UPAs são dotadas de toda infraestrutura de urgência e emergência. Na Central, há 12 leitos com respiradores e outros equipamentos necessários para monitoramento dos pacientes. Na unidade da Vila Xavier existem sete leitos nas mesmas condições. Entretanto, a tomografia, necessária no caso da paciente, só é realizada em hospital.
A Santa Casa de Araraquara informou possuir apenas nove leitos mantidos pela Prefeitura. O Ministério da Saúde liberou recursos para a contratação de mais 16 leitos de UTI na unidade que, com o incremento financeiro, passará a oferecer 25 leitos para internações.
Vítimas
Essa não foi a primeira vítima da “guerra” travada entre médicos e a Prefeitura de Araraquara.
Em menos de um mês, em 30 de outubro, a dona de casa Maria de Castro Fernandes, 79 anos, precisou ir sete vezes à UPA Central até ser internada. Segundo a família, ela reclamava de fortes dores na coluna e os médicos sempre receitavam remédios, aplicavam injeções e dispensavam a paciente.
Após fazer uma radiografia em uma clínica particular, a idosa finalmente conseguiu ser internada, mas morreu no mesmo dia, em virtude de pneumonia bacteriana e infecção.
Todos os dias, pelo menos um médico da rede pública de saúde não vai trabalhar
Essa não foi a primeira vítima da “guerra” travada entre médicos e a Prefeitura de Araraquara.
Em menos de um mês, em 30 de outubro, a dona de casa Maria de Castro Fernandes, 79 anos, precisou ir sete vezes à UPA Central até ser internada. Segundo a família, ela reclamava de fortes dores na coluna e os médicos sempre receitavam remédios, aplicavam injeções e dispensavam a paciente.
Após fazer uma radiografia em uma clínica particular, a idosa finalmente conseguiu ser internada, mas morreu no mesmo dia, em virtude de pneumonia bacteriana e infecção.
Todos os dias, pelo menos um médico da rede pública de saúde não vai trabalhar
Segundo a Secretaria de Saúde de Araraquara, entre os dias 1o e 19 de novembro, 19 médicos deixaram de trabalhar e apresentaram atestado, além de outros dez médicos que não justificaram as faltas.
Há 15 dias, médicos da UPA Central se recusaram a atender crianças, o que resultou em revolta entre os usuários da rede, que esperavam há horas por atendimento. Na semana passada, três médicos faltaram ao plantão da noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira, deixando a UPA da Vila Xavier sem médico por quase três horas e a Central com apenas um médico.
A Secretaria Municipal de Saúde informa que todos os casos serão investigados.
Araraquara.com
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