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sábado, 23 de novembro de 2013

Entidades denunciam falta de estrutura em hospitais e querem audiência pública

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Foto: Mariana Dantas/NE10
O relatório foi apresentado em coletiva de imprensa realizada na sede do Cremepe
Número insuficiente de médicos e enfermeiros, superlotação nas emergências, precárias condições de trabalho, falta de medicamentos e até de produtos essenciais como sabão para lavar as mãos.
 
Segundo o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), essa é a realidade de cinco importantes unidades públicas de saúde de Pernambuco, sendo duas delas administradas pela Prefeitura do Recife e outras três pelo Governo do Estado. Na manhã desta quinta-feira (21), representantes das duas entidades médicas apresentaram relatório de fiscalizações realizadas nos hospitais da Restauração (HR), Agamenon Magalhães, Pronto Socorro cardiológico de Pernambuco (Procape), Policlínica Amaury Coutinho e Unidade Mista Barros Lima.

As visitas foram realizadas na última segunda-feira (18), durante a noite e madrugada. "Escolhemos a segunda por ser um dia mais movimentado, quando as unidades recebem muitos pacientes do Interior. As visitas ocorreram das 20h às 2h da madrugada. Infelizmente, a avaliação foi bastante negativa; os problemas se repetem nas unidades. Temos a obrigação de mostrar a situação enfrentada pelos pacientes e profissionais", afirmou o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues. Ele disse ainda que o relatório será enviado para as secretarias de saúde do Estado e da Prefeitura do Recife, além do Ministério Público.

Confira o relatório apresentado pelas entidades:
"Queremos promover uma audiência pública para discutir o assunto junto com a sociedade. Nossas blitze irão continuar nas unidades até que seja tomada alguma providência. A próxima será o Hospital das Clínicas, que corre o risco de fechar por falta de estrutura, prejudicando não só a população como os estudantes que terão o programa de residência suspenso", explicou Rodrigues, denunciando ainda que R$ 18 milhões destinado ao HC (sendo R$12 mi do Governo Federal e R$ 6 mi do Estado) poderão ser devolvidos aos cofres públicos no fim do ano porque a diretoria da unidade ainda não abriu licitação para a utilização do dinheiro. "Isso também é um problema de planejamento. O pouco recurso investido na saúde está sendo desperdiçado", disse.

Relatório
A vistoria priorizou as emergências infantil, cardiológica e de trauma, as acomodações dos profissionais, as escalas de plantões e laboratórios. "Os problemas se repetem nas unidades", disse o fiscal do Cremepe, Sylvio Vasconcelos.

Na Policlínica Amaury Coutinho, o que mais chamou a atenção foi a falta de médicos, deixando buracos na escala dos plantões, e de produtos básicos, como sabão. "Sabemos que a limpeza é essencial para evitar a infecção hospitalar. Não encontramos sabão e papel toalha em nenhum dos banheiros", afirmou Vasconcelos. Outro problema apontado é a demora para resultados de exames de urgência, que varia de 12 a 24 horas. Infiltrações e mofo nas paredes também foram fotografados pela equipe.

Na Unidade Mista Barros Lima não existe sala de recuperação pós-anestésica para as mães após o parto. De acordo com as entidades médicas, as pacientes não têm privacidade por conta da falta de espaço. Uma barata morta foi encontrada em um dos corredores.

O principal problema do Pronto Socorro cardiológico de Pernambuco (Procape) seria a superlotação. A unidade de emergência tem capacidade de receber 33 pacientes. No dia da visita, 89 pessoas estavam internadas. "O hospital recebeu uma reforma recentemente. Isso mostra que obra não foi o suficiente, ainda falta espaço e profissionais", afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge. No Hospital da Restauração, a vistoria ocorreu nas urgências. A de trauma era a mais superlotada.
 
NE10

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