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Homens calvos precisam de atenção redobrada na região do
couro cabeludo
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Os carecas devem estar – com o perdão do trocadilho – carecas de saber que, quando o couro cabeludo fica completamente exposto, é necessário tomar alguns cuidados redobrados na região.
Filtro solar, por exemplo, indicado para quem tem cabelos, vira obrigação na ausência deles, de acordo com especialistas. “É uma área de pele extremamente sensível e, por causa dessa sensibilidade, quando exposta ao sol, vira uma área muito suscetível ao câncer de pele”, diz Ademir Leite Júnior, médico, tricologista e autor do livro “Queda capilar e a ciência dos cabelos”.
Antes que você imagine alguém tricotando fios de cabelo, Ademir explica: “Tricologia é uma ciência que envolve química, farmácia, nutrição, mas não entra na área médica. O tricologista que não é médico atua com preservação e controle da saúde e beleza do couro cabeludo”.
No “ramo de cabelos” há 16 anos, Ademir é surpreendido ao ser informado que hoje, 14 de março, também é conhecido como “Dia dos Carecas”, embora seja difícil de encontrar o que explique a escolha deste dia. No exterior, há o “Bald and Free Day”, também no dia 14, mas de outubro. No entanto, independentemente de explicações, é válido lembrar quem é careca sobre os cuidados redobrados que ele deve ter diariamente.
Para Maria Fernanda Gavazzoni, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e consultora do Pantene Institute Brasil, como estamos em um país tropical, não há o hábito de se usar chapéu, então é preciso intensificar a aplicação do filtro solar.
“Vai queimar como queima a face, mas a incidência solar, por causa da inclinação, é maior. As lesões são as mesmas que ocorrem no rosto com a exposição aos raios ultravioleta: câncer de pele e envelhecimento da pele, com surgimento de manchas”, afirma Maria Fernanda, com mais de 20 anos de experiência na área. A reaplicação a cada duas ou três horas também é fundamental. “Sempre com o filtro adequado, quanto mais clara a pele, maior deve ser o fator de proteção”, aconselha Ademir.
E, ao contrário do que alguns imaginam, o chapéu é um aliado, não um vilão. “Eventualmente as pessoas criticam e acreditam que pode ser um acelerador [para a queda de cabelos], mas não tem coisa melhor. Ele faz uma cobertura plena desse couro que fica exposto”, observa o médico.
Divulgação
Bruce Willis, ícone no mundo dos carecas, em "Duro de Matar:
Um Bom Dia Para Morrer", de 2013
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Ademir e Maria Fernanda afirmam que fatores externos, que nada têm a ver com o genético, também podem influenciar na calvície. Para quem ainda não é completamente calvo, mas costuma usar chapéus ou bonés, seja para se proteger do sol, seja por estilo, é aconselhável higienizar o acessório, da mesma forma – não literalmente, é importante ressaltar – como a pessoa lava os cabelos no chuveiro.
“O boné pode ser usado, mas não tem que ser como acontece com os adolescentes, sai da cama e já coloca. A higiene desse boné e do couro cabeludo tem que ser feita de maneira adequada, à medida que a pessoa usa durante o dia inteiro, cria um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos, com sudorese, oleosidade... Passa a ser um facilitador para dermatite seborreica (inflamação que causa escamação da pele e surgimento da caspa). O uso do boné não agrava a queda de cabelos, o mau uso, sim”, diz Ademir Júnior. “O mesmo vale para quem usa capacete, trabalha em obras. Minha preocupação maior é a higiene e a pessoa passar um tempo sem esse tipo de artefato direto na cabeça”, completa.
Gavazzoni também vê a seborreia como um agravante, “mas é algo muito leve”. A dermatologista afirma ainda que o tabagismo pode interferir na queda de cabelo e no próprio tratamento, dificultando-o. Má alimentação, estresse, medicamentos e doenças também influenciam, complementa Ademir.
"Tratamentos miraculosos"
Antes que você faça algumas buscas e saia à procura de dietas e tratamentos, os dois especialistas pedem que o homem preocupado com a calvície procure um médico. “Pedimos que os pacientes tomem cuidado, tem muita coisa tendenciosa, tratamentos miraculosos”, alerta Ademir. Maria Fernanda sugere que a pessoa vá pelo menos uma vez por ano ao dermatologista ou o quanto antes se perceber que há o surgimento de manchas ou pintas.
Deles
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