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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Estudo indica que ossos mais fracos são resultado da evolução

Esqueleto de 5 mil anos analisado no estudo britânico: a caça para a sobrevivência demandava uma estrutura corporal mais forte (Alison Macintosh/Divulgação)
Esqueleto de 5 mil anos analisado no estudo britânico: a caça
para a sobrevivência demandava uma estrutura corporal mais forte
Ao analisar ossadas humanas dos últimos 6 mil anos, antropóloga do Reino Unido detectou a ocorrência de perda da força óssea ao longo do tempo. Segundo ela, o fenômeno foi provocado pelo advento da agricultura
 
Para os homens que viveram quando o alimento vinha da caça, a inteligência não bastava. Não raro usavam a força e a velocidade para obter comida e manter longe uma das maiores ameaças daquele tempo: a fome. Resultados de pesquisa da Universidade de Cambridge (UC), no Reino Unido, indicam que o condicionamento físico desses caçadores-coletores era de fazer inveja a qualquer maratonista moderno. Segundo Alison Macintosh, autora do estudo, as diferenças têm ficado cada vez maiores. Após analisar esqueletos de pessoas que viveram na Europa Central durante um intervalo de 6 mil anos, ela constatou que a população perdeu força óssea. A pesquisadora acredita que o advento da agricultura e da tecnologia atrelada a ela está ligado a esse processo contínuo de enfraquecimento.

Os ossos podem ser comparados a arquivos pessoais, informam o sexo, a alimentação, a causa da morte e até mesmo o nível de sedentarismo de um indivíduo. Essas pistas são especialmente valiosas para antropólogos como Macintosh, doutoranda da UC. Os segredos revelados por dezenas de ossadas permitiram que ela investigasse, sobre o ângulo da arqueologia, como atividades corriqueiras modificaram a morfologia do esqueleto. “Eu sou corredora há 15 anos e, por isso, acho interessante pensar sobre como esse tipo de exercício pode ter impactado os meus próprios ossos durante meu crescimento”, complementa. Os resultados do estudo foram apresentados na Reunião Anual da Associação Americana de Antropólogos Físicos, que ocorreu no Canadá, entre 8 e 12 deste mês.

Durante dois anos e meio, Macintosh investigou como, há mais ou menos 5,3 mil anos, a aurora da agricultura alterou a força óssea das populações estabelecidas às margens do Danúbio, na região que hoje engloba Alemanha, Hungria, Áustria, República Tcheca e Sérvia. Os esqueletos mais antigos pertenceram a pessoas que viveram há 5,3 mil a.C., enquanto os mais recentes datam de 850 d.C. Os exemplares foram submetidos a investigações com escâneres a laser, que geraram, no computador, modelos 3D de dois ossos dos membros inferiores: o fêmur e a tíbia.

As análises nas tíbias indicaram que a força dos homens diminuiu gradativamente. Para se ter uma ideia, a diferença de força óssea entre os gêneros já era quase insignificante em meados de 850 d.C, na Idade do Ferro. Macintosh justifica que o fenômeno é resultado da redução de mobilidade provocada pela agricultura, especialmente entre os homens. Corridas e outras atividades de impacto que melhoram a força óssea se tornaram menos frequentes, até que fossem completa ou parcialmente substituídas por tarefas mais especializadas e menos estressantes . As mulheres, por outro lado, passaram a trabalhar no campo e a exercer trabalhos pesados.
 
Correio Braziliense

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