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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Quantas mentiras você já contou para matar o trabalho?

Reprodução
As viroses aparecem com destaque na lista das mentiras para
 não trabalhar
Internautas relatam o que inventaram para fugir do expediente; especialistas alertam para os riscos na carreira
 
Fim de semana com umas horas a mais de sono, um almoço com a família, churrasco com os amigos. O despertador toca na segunda-feira e você é lembrado que tem de voltar à rotina e correr para o trabalho. Mas a cama nunca pareceu tão convidativa. Você pensa:  "E se eu ligar para o meu gerente e disser que estou passando mal depois de jantar uma pizza de quatro queijos?". Parece irresistível.
 
Chefe informado sobre o estado de saúde, você volta para debaixo do edredon e no dia seguinte aparece no escritório na maior tranquilidade.
 
- Os gestores devem ficar alertas: muitas faltas podem significa falta de motivação
 
- Doar sangue é importante, mas há quem use como desculpa para não ir ao escritório
 
- Uma dor de dente costuma comover qualquer chefe
 
- As viroses aparecem com destaque na lista das mentiras para não trabalhar
 
- A cólica menstrual, problema que afeta a saúde de muitas mulheres, é usada também por aquelas que apenas querem um dia de folga
 
- "Não consigo chegar no serviço por causa da greve de ônibus" é uma das mentiras para não trabalhar
 
- Algumas horas a mais na cama são uma tentação para quem pretende fugir do expediente
 
- Desculpa comum em uma segunda-feira: intoxicação alimentar
 
- Cuidar do cachorro doente: uma das desculpas para não trabalhar
 
Mentiras que parecem inocentes para escapar do expediente são muito comuns, relatam os especialistas. O iG fez uma pesquisa informal em sua fan page no Facebook. Não faltaram relatos de internautas que já usaram algum tipo de desculpa para ficar em casa. 
 
Algumas desculpas podem ser consideradas clássicas no ambiente profissional, como a morte de um parente próximo – invariavelmente é aquela avó querida a vítima escolhida pelo profissional –, o mau estar causado por uma virose, uma cólica menstrual de matar, dor de dente ou uma intoxicação alimentar.
 
"Internava a mãe, a mãe infartou, a avó morreu várias vezes rsrs Claro que eles [os chefes] sabem que é caô [mentira] rsrs", relata um internauta. Outro revela: "Já inventei que tinha ido doar sangue". Em outro depoimento, o leitor diz que um amigo inventou que precisava passar em uma igreja para se confessar. 
 
Um dos internautas tem uma lista de desculpas. Ele relata: "Já inventei que estava passando mal (clássico), ja falei que minha mãe passou mal, que eu tinha trabalho pra fazer da faculdade, que meu pai havia sofrido acidente de carro, que faltou luz e o rádio relógio não despertou, que teve greve de ônibus no meu bairro, mas na verdade as greves eram em outro lado da cidade."
 
Apesar do grande repertório, este mesmo internauta já tem mais uma história em mente: "Hoje eu ia dar outra desculpa. Ia dizer que caiu uma árvore na rua devido a chuva e estava tudo parado sem condições de entrar e sair do meu bairro, só pra ficar em casa debaixo do cobertor. Mas não fiz, vim trabalhar."
 
Mas o que parece galhofa ou uma mentira inconsequente pode influenciar negativamente a carreira, confirmam as três consultoras ouvidas pelo iG. Isso porque as faltas frequentes passam a impressão de que não se pode contar com aquele funcionário. Quando a mentira é descoberta a situação é ainda mais delicada. "Isso cria um desconforto em toda a equipe, não é apenas um problema para o gestor ou a empresa. Ao longo do tempo a reputação daquele profissional fica prejudicada", diz Sueli Aznar, consultora de Transição de Carreiras da Right Management (empresa da ManpowerGroup Brasil).
 
Vanessa Scheer, consultora especializada em Recursos Humanos, conta que também já ouviu desculpas de quem não queria aparecer no escritório. "Um funcionário avisou que não iria ao trabalho porque tinha de cuidar do cachorro, que estava muito doente. Descobri mais tarde que ele nunca teve cachorro", diz. A mentira não foi decisiva, mas ajudou a acelerar o processo de demissão. Segundo a especialista, em países como Estados Unidos e Canadá o comportamento é diferente. Se o funcionário não vai trabalhar, não recebe por aquele dia. "É como funciona a relação de trabalho". 
 
Desejo de ficar em casa pode ser por falta de motivação
A lei trabalhista brasileira dá ao empregado o direito de faltar. Mas quem deixa de dar expediente tem o dia descontado. Essa é uma das razões para que as pessoas prefiram mentir para o chefe em vez de dizer simplesmente que precisam descansar.
 
Mas deixar de ir ao trabalho pode ter outras razões, explica Luciana Tegon, da Elancers, empresa de recrutamento e seleção. Pode ser, segundo a especialista, reflexo de um problema profissional. "O empregado pode estar desmotivado. O gestor precisa estar atento para identificar qual é a real razão das faltas e tentar mudar aquele quadro".
 
Para Luciana, o funcionário deve evitar ao máximo faltas desnecessárias: "Você está lá para trabalhar. Se teve de chegar atrasado, por exemplo, procure compensar com horas a mais na empresa".
 
iG

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