Foto: Reprodução Além de seu efeito de ligação entre casais e entre mães e bebês, o hormônio também estimula a abordagem social |
A oxitocina, conhecida como "hormônio do amor", faz com que as pessoas se tornem mais mentirosas para beneficiar seus grupos. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da Ben-Gurion University of the Negev (BGU), de Israel, e da Universidade de Amsterdam.
— Nossos resultados sugerem que as pessoas estão dispostas a dobrar regras éticas para ajudar o quem está mais próximo, como os familiares. Isso levanta uma interessante e filosófica pergunta: todas as mentiras são imorais?— questiona o pesquisador Shaul Shalvi.
Essa pesquisa investigou as justificativas que as pessoas usam para fazer o mal e, mesmo assim, sentirem-se moralistas. Especificamente, enfoca o que determina o quanto as pessoas mentem e quais configurações aumentam a honestidade das pessoas.
— As evidências destacam o papel de ligação e cooperação na formação da desonestidade, fornecendo informações sobre quando e por que a colaboração se transforma em corrupção— esclarece Shalvi.
A oxitocina é produzida no hipotálamo e funciona tanto como um hormônio quanto um neurotransmissor. Níveis mais altos de oxitocina se correlacionam com maior empatia, menor ansiedade social, redução na resposta e reação de medo e maior confiança nas trocas interpessoais. A pesquisa mostrou que, além de seu efeito de ligação entre os casais e entre mães e bebês, ela também estimula a própria abordagem social.
No experimento, 60 homens receberam uma dose do hormônio ou placebo. Eles foram, então, divididos em equipes e requisitados a prever se jogos de lançamentos de moeda resultariam em cara ou coroa. Eles sabiam que, para cada previsão correta, poderiam mentir e ganhar mais dinheiro para dividir entre os membros do grupo, que estavam envolvidos na mesma tarefa.
— A probabilidade de alguém adivinhar corretamente os resultados de nove ou 10 lançamentos de moeda é de cerca de 1%. No entanto, 53% daqueles que receberam oxitocina alegaram ter previsto corretamente, o que é extremamente improvável — afirmou o autor.
Apenas 23% dos participantes que receberam o placebo relataram os mesmos resultados, o que reflete uma grande probabilidade de que eles também mentiram, mas numa menor extensão em comparação com os que receberam a oxitocina.
Zero Hora
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