Antibióticos podem cortar a ação de
anticoncepcionais e aspirina reduzir o efeito de anti-hipertensivos.
Consultar profissionais da saúde como um farmacêutico é essencial para evitar problemas assim
A combinação de diferentes remédios, inclusive aqueles de
uso comum, presentes em qualquer caixinha de medicamentos, pode
representar um perigo. O uso simultâneo de dois medicamentos pode fazer
com eles reajam entre si. Como resultado, um pode anular ou
potencializar o efeito do outro, ou ainda criar uma reação diferente.
“O
antibiótico pode acelerar o metabolismo de outro medicamento, fazendo
com que ele perca o efeito”, explica Amouni Mourad, professora do curso
de farmácia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e assessora técnica
do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo. “Quando a pessoa está
usando um antibiótico, recomendamos que ela faça uso de outros meios
contraceptivos, até o término do tratamento”, alerta.
Até mesmo os
colírios, tido por muitas pessoas como ‘aguinha’ para pingar
indiscriminadamente nos olhos, exigem atenção. Se usados de forma errada
ou sem indicação médica podem até cortar o efeito de remédios.
As pessoas que tomam anti-hipertensivo, não devem usar
colírios vasoconstritores, aqueles que evitam os olhos vermelhos, pois a
combinação anula o efeito do remédio e a pressão arterial não é
diminuída. Já quem usa medicamentos antiarrítmicos ou antiespasmódicos e
colírios vasoconstritores sentirá taquicardia.
Para diminuir a
absorção do colírio pelo organismo, o oftalmologista Leôncio Queiroz
Neto recomenda uma técnica: “quando o colírio passa pelo canal lacrimal,
ele entra na mucosa e é absorvido. Um jeito para amenizar esse problema
é colocar o dedo no canal lacrimal, no canto interno do olho”.
Assim
como os colírios, qualquer outro remédio pode esconder interações
perigosas, dependendo do princípio ativo, do horário que é tomado, ou
até do meio de absorção. Queiroz Neto ressalta que é preciso saber quais
outros remédios o paciente está usando para não correr o risco de
acontecer combinações desastrosas.
Cortisona libera glicose
Embora num grau mais leve do que medicamentos orais, pomadas de uso tópico à base de cortisona não são indicadas para diabéticos, pois a cortisona, mesmo quando absorvida pela pele, pode disparar a liberação de glicose, para os pacientes com diabetes que já apresentam problemas com cicatrização.
Embora num grau mais leve do que medicamentos orais, pomadas de uso tópico à base de cortisona não são indicadas para diabéticos, pois a cortisona, mesmo quando absorvida pela pele, pode disparar a liberação de glicose, para os pacientes com diabetes que já apresentam problemas com cicatrização.
Até mesmo o popular ácido acetilsalicílico, pode
interagir com remédios para pressão alta podendo diminuir ou até cortar
o efeito desses medicamentos. Já a pessoa que faz uso de algum
anticoagulante e precisar tomar o ácido acetilsalicílico para dor de
cabeça corre o risco de ter sangramentos por potencializar o efeito do
anticoagulante.
Sobrou para o fígado
Outro
remédio de uso comum que merece atenção é o analgésico paracetamol, pois
esses comprimidos analgésicos são metabolizados no fígado. “Se ele for
combinado com outro remédio que também é metabolizado no fígado, pode
haver prejuízos na metabolização de algum desses medicamentos e portanto
algum deles pode perder seu efeito ou até potencializar o efeito de
algum deles. Se ainda houver o consumo de álcool, por exemplo, o
paracetamol pode causar sérios danos e lesões ao fígado”, explica
Amouni.
Portanto, quando existe a necessidade e indicação médica
de tomar dois medicamentos que interagem entre si, a solução dada pelo
profissional é mudar o horário da administração do remédio. Mas para
isso, Amouni recomenda que o paciente consulte um farmacêutico. “O
farmacêutico é o profissional mais acessível ao público, que pode
orientar sobre combinações perigosas ou ajudar a entender qual é o
horário ideal para começar a tomar o remédio”, explica.
Remédios + alimentos: cuidado!
A
combinação de remédios com determinados alimentos também pode ser
desastrosa. Todo medicamento oral é feito com uma forma farmacêutica que
tem a liberação do seu princípio ativo programada e a presença de
alimentos pode interferir nessa liberação quando provocar a degradação
de uma drágea por exemplo.
Café, refrigerante e leite também podem
alterar a ação de alguns medicamentos. “O leite, por ser rico em
cálcio, ao ser administrado com o antibiótico tetraciclina por exemplo,
forma um quelato e faz com que o antibiótico não faça efeito,”, explica
Amouni. “O refrigerante também faz com que alguns medicamentos tenham
seu efeito alterado por modificar sua absorção por alterar o pH do
estomago.
Para evitar estes perigos, a solução é simples. “O ideal é que os remédios sejam ingeridos apenas com água”, recomenda Amouni.
iG
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