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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Faltam vagas para altos cargos na América Latina, dizem 20% dos executivos

Thinkstock: 20% dos executivos apontam escassez de vagas para altos cargos na América Latina
Segundo pesquisa da Michael Page, o segundo maior obstáculo para os executivos mudarem de emprego é o baixo salário

Enquanto a taxa de desemprego está em seu nível mais baixo em algumas regiões do País, o atual cenário econômico parece afetar quem está no topo da pirâmide hierárquica das empresas. De acordo com uma pesquisa inédita da Michael Page, líder mundial em recrutamento executivo de média e alta gestão, feita com 1500 profissionais do Brasil, Chile, Colômbia, Argentina e Mêxico e divulgada com exclusividade ao iG, 20% dos executivos latino-americanos apontam que a principal dificuldade em mudar de emprego é a falta de oferta de vagas.

Para João Marco, diretor da Michael Page, o resultado já era esperado. “Surpreendente nunca é, haja vista o cenário macroeconômico que a gente vem encontrando”, observa. A produção industrial caiu em 11 de 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre maio e junho. A Argentina, por sua vez, passa por uma crise econômica que já tirou US$ 1,9 bilhão do Brasil. Com as quedas dos indicadores da América Latina, as empresas estão mais cautelosas em contratar novos executivos.

Outra consequência desse cenário é a oferta de vagas com um salário mais baixo em relação ao que era oferecido há alguns anos, motivo apontado por 19% dos entrevistados como o maior obstáculo para não conseguirem um novo emprego, seguidos de 15% que se queixam mais dos longos processos seletivos que teriam de passar.

“Aí entra a dança das cadeiras. Por algum ajuste de custo, uma pessoa que estava em alguma posição sai e eles aproveitam a oportunidade para que a pessoa nova entre com um salário mais baixo, gerando economia. Até porque, nos últimos anos, o salário dos executivos tem aumentado bastante. Então, agora, está tendo um ajuste mais normal”, conta João Marco. Segundo ele, a saída para os executivos é aceitar a nova realidade salarial do mercado ou procurar oportunidades em países que vivem uma onda mais otimista e que podem oferecer salários melhores.

Outros fatores que também são vistos como empecilhos para a movimentação do executivo no mercado são a procura por perfis menos qualificados e a alta concorrência, apontados por 13% e 12% dos entrevistados, respectivamente. Com menos dinheiro para oferecer, as companhias acabam buscando profissionais com menos experiência. Além disso, com o crescimento do País nos últimos anos, muitas pessoas que antes estavam na base da pirâmide hierárquica conseguiram se especializar e agora apresentam concorrência para os executivos.

De acordo com o diretor, os profissionais que mais estão sendo afetados pela falta de oferta de vagas e o salário mais baixo são os que trabalham nas áreas de óleo e gás, bens de consumo e setor automotivo. E, mesmo considerando ser otimista, ele aponta que o cenário não deve mudar no próximo ano. “De todos, os que menos sofrem ainda são os prestadores de serviços. Ainda que tenha um decréscimo em comparação ao ano passado, algumas empresas ainda estão procurando executivos, pois é uma área ainda bastante pulsante na economia do Brasil” avalia.

Destoando da tendência geral, no entanto, ainda existem áreas que encontram dificuldade em encontrar executivos qualificados para ocupar as vagas disponíveis. Setores mais recentes do mercado de trabalho, como tecnologia de contas e mídias sociais, ou áreas que precisam de especialização constante, como mercado farmacêutico, podem ser uma saída para os executivos, segundo João Marco.

iG

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