A popularização de uma nova tecnologia traz consigo vantagens e desvantagens. No caso dos smartphones, as vantagens estão claras. Mas, entre as desvantagens, há uma que poucos poderiam prever: a “doença do polegar”.
Trata-se de uma sobrecarga da musculatura e dos tendões das mãos causada pelo uso excessivo dos teclados dos aparelhos telefônicos. Longos períodos usando somente os “dedões” para digitar e navegar podem causar dor e, em alguns casos, até evoluir para algo mais sério.
“O tendão é um cabo que desliza dentro de um túnel e tem uma camada de líquido ao redor, que é como se fosse lubrificante. Se você faz um movimento de forma excessiva, não consegue lubrificar adequadamente. Esse cabo começa a raspar na parede do túnel, provocando uma inflamação”, explica o médico Pedro Pires, cirurgião de mãos do Hospital Felício Rocho.
A “fissura” pelos smartphones pode, também, agravar situações já existentes, como no caso da economista Olga Vinhas, 23. “Há uns dois anos, comecei a sentir uma dor forte nos polegares. Uma dor como se eu estivesse fazendo ginástica”, relata. Ela conta que costuma usar o smartphone por três horas ou mais todos os dias, sempre que está fora do local de trabalho.
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A dor, Olga descobriu recentemente, é fruto de uma artrite reumatoide. Mas ela poderia ter demorado muito mais para se manifestar se não fosse pelo fato de digitar tanto no aparelho. “O hábito pode ser um fator desencadeante. Se a pessoa já tem tendências a um processo inflamatório, quando ela acrescente uma sobrecarga em cima (do dedo), isso vai precipitar o problema”, explica Pires.
A “doença do polegar” pode evoluir para casos mais graves, como uma tendinite, uma síndrome do túnel do carpo, ou para outras síndromes inflamatórias mais graves.
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Tratamento
A primeira providência de quem sofre de dores devido ao uso excessivo de smartphones é interromper a atividade. “A recomendação é tentar usar outras plataformas, como um computador, para dividir a atividade com os demais dedos”, recomenda Pires.
Evitar ficar longos períodos digitando também ajuda. “O ideal é fazer pausas a cada mensagem”, orienta a fisioterapeuta Juliana Godinho, sócia-proprietária do centro de estética Bem Viver.
Prevenção
Se o paciente tomar medidas para amenizar a dor, mas o incômodo persistir, ele deve procurar ajuda médica, pois pode ser necessário um tratamento com anti-inflamatórios.
Alongamento para melhorar
Para quem já sente dor nos polegares e em outras partes das mãos, há algumas medidas para gerenciar o desconforto. “Fazer alongamentos de mãos e punhos ajuda, pois você melhora o fluxo sanguíneo e muda a posição em que fica a maior parte do tempo”, recomenda a fisioterapeuta Juliana Godinho. Girar os pulsos para dentro e para fora também alivia o incômodo e, em casos de dor, uma compressa de gelo pode ser aplicada. Segundo Juliana, o ideal é fazê-la por 15 minutos, para não comprometer os músculos das mãos, que são pequenos.
O Tempo
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