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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

85% dos municípios brasileiros sofrem com falta de oftalmologistas, segundo Censo Oftalmológico

Resultado da desigualdade são 33 mil crianças cegas e 2,5 milhões
de brasileiros com doenças de visão por causas evitáveis
Documento aponta que população fica desassistida mesmo com índice de especialistas superior ao recomendado pela OMS
 
Rio - Dados do Censo Oftalmológico deste ano apontaram que a concentração de profissionais em determinadas regiões, especialmente nas capitais do Sul e Sudeste, deixa quase um quarto da população desassistida, uma vez que 85% dos municípios brasileiros carecem de oftalmologistas. O resultado da desigualdade são 33 mil crianças cegas e 2,5 milhões de brasileiros com doenças de visão por causas evitáveis.
 
Ao mesmo tempo, o relatório, realizado pelo Conselho Brasileiro de Ofatlmologia (CBO), apontou que o país tem um especialista para cada 11.604 pessoas, índice bastante superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com o objetivo de debater estratégias para contornar essa má distribuição e ampliar o acesso à assistência oftalmológica, o CBO promove, no dia 3 de dezembro, no Senado Federal, o Seminário Mais Acesso à Saúde Ocular.
 
O Conselho protocolou junto ao Ministério da Saúde o projeto Mais Acesso à Saúde Ocular, documento que aponta 15 ações, entre as quais a inserção do oftalmologista na atenção primária. Além do contingente já existente, a mão de obra necessária viria dos residentes, que, em vez de cumprirem como clínicos gerais os dois anos de trabalho obrigatório no SUS, atuariam com oftalmologia básica.
 
- Pretendemos levar para a rede pública os 17 mil oftalmologistas brasileiros e a imensa quantidade de equipamentos disponíveis no país. Isso aumentará exponencialmente o número de atendimentos e facilitará a formação de novos especialistas - esclareceu Marcos Ávila, coordenador do evento e ex-presidente do CBO.
 
O déficit de atendimento não só causa efeitos diretos na saúde, mas também exerce um significativo prejuízo social, segundo o presidente do CBO, Milton Ruiz. Os erros de refração — miopia, hipermetropia, presbiopia e astigmatismo — respondem por 20% dos episódios de baixo rendimento escolar, favorecendo a evasão dos alunos e dificultando a maior qualificação profissional.
 
- Precisamos proporcionar o acesso a exames e avaliações que permitam a prevenção e correção de enfermidades oftalmológicas desde os primeiros anos de vida. Médicos não faltam, precisamos levá-los às áreas prioritárias - afirmou.
 
Para incentivar esses profissionais a migrarem para a periferia e áreas rurais, o CBO sugere instituir planos de carreiras federais, que incluem remuneração diferenciada, ajuda de custo para moradia e deslocamento e bolsa supervisão ou tutoria para os que acompanharem residentes.
 
Já aos médicos que ficam receosos em ficarem desatualizados por estarem no interior, Ávila informa que serão realizados programas de atualização mensal em educação médica.
 
- Serão grupos de estudo que terão aulas de 15 em 15 dias. Durante um ano eles teriam em torno de 24 aulas à distância. Qualquer médico poderia participar, é só se credenciar no Sistema Único de Saúde (SUS) - explicou.
 
O Globo

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