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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Alimentação saudável: rotina e alimentos variados ajudam educar crianças

Thinkstock
Hábitos saudáveis começam na infância
Oferecer doces como recompensa é totalmente errado, afirma especialista
 
Bala, sorvete, batata-frita, hambúrguer. A lista de guloseimas e fast food que fazem a alegria das crianças é realmente infinita. Mas se você for do tipo que amolece com a cara feia do pequeno diante de um prato saudável e, pior, ainda dá o que ela pede, saiba que está errado. Os hábitos alimentares se formam ainda na infância, segundo explicam os especialistas, por isso, é importante instigar o interesse e criar rotina saudável desde os primeiros anos de vida.
 
Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que 33,5% das crianças brasileiras entre cinco a nove anos estão com sobrepeso e 14,3% estão obesas, sendo 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas. Segundo o coordenador do Núcleo de Pediatria do Hospital Samaritano, Francisco Lembo Neto, os pais, educadores e cuidadores, são responsáveis diretos na promoção da vida mais saudável de uma criança e como será sua saúde na vida adulta.
 
— O desenvolvimento dos bons hábitos começam na infância. O responsável deve saber oferecer os alimentos saudáveis na época certa [verificar se a criança tem maturidade para mastigar certas comidas], precisam respeitar a fome e a saciedade da criança, não devem oferecer outros alimentos “substitutos” quando eles não aceitarem a refeição. Além disso, é importante que os pais ou responsáveis façam as refeições com as crianças, pois os adultos são modelos.
 
Para facilitar o processo de educação alimentar — algo realmente difícil —, a nutricionista do Instituto da Criança HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Lenycia Neri afirma que a "rotina de horários” é essencial.
 
— Se a criança fica beliscando, ela perde a fome e, então, não terá apetite, ainda mais para legumes e verduras. Indicamos então regularidade de horário e uma variedade de alimentos. Quanto mais variado melhor, e não só variado o alimento, mas também o modo de preparo. A cenoura, por exemplo, pode ser cozida, assada, colocada no arroz, assim a criança não enjoa.
 
A outra dica da nutricionista apresentar os alimentos às crianças.
 
— Muitas vezes, eles não têm o conhecimento do que é uma beterraba, por exemplo. Se você pergunta para a criança o que é uma batata, muitas vezes, ela aponta para um saquinho de batata frita.
 
Doce pode ser prêmio?
Saiba que oferecer recompensa à criança para que ela coma todo o prato é “totalmente contraindicado”, de acordo com a nutricionista.
 
— Isso cria um mecanismo compensatório na nossa cabeça desde cedo e acabamos levando isso para a fase adulta. Essa é a explicação de frases como: “hoje tive um dia difícil por isso mereço um chocolate”.
 
Não podemos criar essa relação de recompensa porque a verdura não deve ter esse significado de castigo se não comer e de recompensa se comer. Esse hábito deve vir naturalmente, sem forçar a barra.
 
O pediatra ainda reforça que é necessário excluir o refrigerante da alimentação das crianças, inclusive nos fins de semana.
 
— O consumo de refrigerantes deve ser abolido, pois a quantidade de carboidratos nas fórmulas destes é muito alta [chega ser criminosa]. Nos EUA, por exemplo, eles estão revendo todas essas fórmulas e obrigando as industrias a retirar os carboidratos em excesso por serem altamente prejudicial à saúde. Ofereça água, sucos naturais ou leite aos filhos.
 
Segundo Lenycia, muitos pais falam que a criança não gosta de certo alimento, mas para ter a certeza de que ela não gosta, é necessário oferecer “o alimento preparados de formas diferentes pelo menos dez vezes, só assim saberemos se ela realmente não gosta”.

R7

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