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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Advertência em maço faz 52% de fumantes pensar em parar

Lei nacional que obriga os fabricantes de cigarros a veicularem nos maços imagens dos malefícios do tabaco faz com que usuários reflitam sobre o assunto, diz IBGE
 
A Pesquisa Nacional de Saúde 2013 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as propagandas exigidas por lei, via Ministério da Saúde, nos maços de cigarro produzidos no Brasil, se não surte o efeito de fazer com que as pessoas parem de fumar, ao menos têm feito o brasileiro refletir sobre o assunto. De acordo com o levantamento, 52,1% dos fumantes do País pensam em parar com o tabagismo ao ver as fotos no verso.
 
Com fotos agressivas no sentido de mostrar que, além de conter mais de quatro mil substâncias tóxicas, o tabaco pode causar abortos, diversos tipos de câncer, causar impotência, dentre outros malefícios, as advertências com imagens fortes são obrigatórias desde fevereiro de 2002 em todo o território nacional. E são percebidas, ainda de acordo com o IBGE, por 86,2% dos fumantes.
 
O Brasil foi o segundo país no mundo a adotar tal procedimento, após a campanha ter obtido êxito no Canadá. “Isso tem feito as pessoas ao menos pararem para pensar no tema”, explicou a coordenadora da pesquisa do IBGE Maria Lúcia Vieira. Atualmente, mais de 20 países ao redor do mundo fazem tal tipo de advertência nos maços.
 
Em 2008, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obrigou ainda que mensagens como “este produto intoxica a mãe e o bebê causando parto prematuro e morte” tornou a advertência ainda mais impactante. Em 2012, um levantamento feito pela The International Tobacco Control (ITC), em 21 países, revelou que 39% dos fumantes disseram não ter acendido um cigarro no momento em que se depararam com as imagens nos maços.
 
De acordo com o mesmo levantamento do IBGE, o Brasil possui hoje 21,9 milhões de fumantes – o que representa 15% da população, um decréscimo de 3% em relação ao mesmo índice de 2008 (18%).
 
Um destes fumantes é o especialista em relacionamento digital Marcel Barreto, 32, que desde o os 17 tem por hábito o trago do tabaco. Ele confessa que quando abre o maço e vê tais fotos “sempre penso no assunto, porque aquelas são as imagens das pessoas, ou parte delas, que fumam como eu”.
 
“Acho que são propagandas relevantes, pois mostram a realidade e devem continuar sendo veiculadas”, completou ainda. Já para Davi Monteiro, advogado, 28, e fumante desde os 17, “sinceramente, não penso em parar por causa dessas fotos”.

Em sua opinião, “acho que essas propagandas são boas apenas para a prevenção, ou seja, para os novos que pensam em começar a fumar. Mesmo assim, os novos são meio inconsequentes e não é uma imagem que vai mudá-los de ideia. Acho que essa foto atinge em cheio mesmo os pais que alertam os filhos para o cigarro”.
 
A pesquisa do IBGE ainda investigou se as propagandas na mídia do Ministério da Saúde são observadas pelos brasileiros no rádio ou na TV, ou mesmo nas bancas de jornal ao comprar um maço de cigarro. Tal advertência foi percebida por 28,7% das pessoas e atingiu, proporcionalmente, mais os homens (32,4%) que as mulheres (25,4%). 
 
Terra

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