Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS |
Ingestão excessiva do tempero pode interferir em mecanismo que impede a pressão arterial de subir
O consumo excessivo de sal pode "reprogramar" o cérebro, interferindo em um mecanismo de segurança natural que evita que a pressão arterial aumente. A conclusão é de uma equipe internacional de pesquisa liderada por cientistas da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá.
Embora a relação entre o sal e a hipertensão seja bem conhecida, os pesquisadores até agora não tinham entendido como a ingestão elevada de sal aumenta a pressão arterial. Ao estudar cérebros de ratos, a equipe descobriu que o consumo de grandes quantidades do tempero na dieta provoca alterações nos circuitos de chave do cérebro.
— Descobrimos que um período de ingestão alta de sal na dieta em ratos provoca uma mudança bioquímica nos neurônios que liberam vasopressina (VP) para a circulação sistêmica. Esta mudança evita a inibição destes neurônios que controlam a pressão arterial — explica Charles Bourque, líder do estudo.
Os resultados foram publicados na revista Neuron e concluíram que o consumo elevado de sal impede a inibição de neurônios VP pelo circuito de detecção de pressão arterial do corpo. A desativação deste mecanismo de segurança permite que a pressão arterial suba naturalmente quando uma grande quantidade de sal é ingerida durante um longo período de tempo.
Embora a descoberta seja um avanço para compreender a relação entre a ingestão de sal e a pressão arterial, os cientistas reconhecen que é necessário trabalhar para explorar uma intervenção terapêutica.
Zero Hora
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