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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Incontinência urinária pode afastar paciente do convívio social e levar à depressão

Mulheres são quem mais sofrem
com a incontinência urinária
Problema é mais frequente em pessoas acima dos 40 anos e tem tratamento 
 
Perda involuntária de urina, após fazer algum tipo de esforço, como tossir e espirrar, ou por vontade súbita e forte de que não dá tempo de chegar ao banheiro, pode significar incontinência urinária. A doença, que afeta 20% da população, pode provocar o isolamento social e até mesmo provocar depressão, de acordo com especialistas.
 
Segundo o urologista do Hospital A.C Camargo Câncer Center e diretor de comunicação da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), Carlos Sacomani, a incontinência urinária é “bastante limitante”, já que mexe com a rotina pessoal e profissional.
 
— A incontinência pode afastar o paciente de seu convívio social. Por exemplo, a pessoa que tem o problema e está no teatro se sente incomodada de ter que sair diversas vezes no meio da peça. Ou, durante uma viagem, ela precisa parar o carro para ir ao banheiro mais de uma vez. Muita gente deixa de assumir certas atividades profissionais por causa da bexiga hiperativa [um dos tipos de incontinência urinária]. A incontinência tem uma forte interação com depressão.
 
Além do impacto na rotina social, a perda involuntária de urina traz outros impactos na saúde do paciente, explica o urologista.
 
— A pessoa pode ter infecção por uso de fralda, dermatite de contato, já que a pele fica próxima da urina; ela também sente dores e dificuldades para usar certos tipos de vestimentas. O custo da incontinência é alto, pois, muitas vezes, há gastos com fraldas, além de o paciente precisar se abster de realizar certos tipos de atividades.
 
A incontinência urinária se dá com o enfraquecimento do músculo que segura a urina e é desencadeada por múltiplos fatores, como o parto nas mulheres e cirurgia de próstata em homens. Os dois tipos mais prevalentes são: a de esforço, em que a pessoa perde xixi após tossir e espirrar, e a bexiga hiperativa em que a pessoa é acometida por uma vontade tão forte e inesperada que não dá tempo de chegar ao banheiro. Em ambos os casos, pessoas acima de 40 anos tem mais chance de ter incontinência e esse o risco aumenta com o envelhecimento, afirma o urologista.
 
A incontinência urinária atinge muito mais as mulheres que os homens. Dados da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) mostram que 35% das mulheres após a menopausa sofrem com perda de urina após fazer esforço e 40% das mulheres gestantes vão apresentar um ou mais episódios de incontinência urinária na gestação ou após o parto. Já entre os homens, 5% dos homens que passam por cirurgia de próstata podem ter incontinência urinária.
 
Além da menopausa e o do parto, o urologista e pesquisador do Hospital das Clínicas Cristiano Mendes Gomes diz que obesidade, diabetes e tabagismo também são fatores de risco para a incontinência urinária de esforço.
 
— Quem sofre do problema deve avaliar também os fatores comportamentais que influenciam a vontade de ir ao banheiro, como beber muito café, tomar muito líquido, bebida alcoólica e até comida muito condimentada. Só o médico vai caracterizar a incontinência urinária ou não.
 
Tratamentos
A incontinência urinária pode ser tratada, independente da idade e, quanto mais cedo se descobrir o problema, menor a chance de o distúrbio evoluir. Antes de estabelecer o melhor tratamento, o primeiro passo é conversar com o paciente para conhecer seus hábitos, assim, é possível atacar os “fatores comportamentais”, explica Gomes.
 
— Se a pessoa tem incontinência e toma muito líquido, toma muito café ou álcool, por exemplo, é necessário mudar isso. Também a pessoa não deve esperar chegar a vontade de urinar para ir ao banheiro.
 
Porém, “alguns quadros mais complicados não se trata apenas com mudanças no comportamento”, alerta Sacomani.
 
— Um dos principais tratamentos para incontinência urinária é a fisioterapia que vai fortalecer o assoalho pélvico. Há também remédios que bloqueiam as contrações e a sensibilidade da bexiga.
 
O médico do A.C. Camargo Câncer Center diz que, dependendo do caso, se não houver respostas aos tratamentos anteriores, há duas outras opções para a incontinência da bexiga hiperativa: aplicação de toxina botulínica e introdução de marca-passo vesical.
 
— Na primeira opção [aplicação de botox], injeta-se o medicamento em vários pontos da bexiga.
 
Nesse tratamento, há risco de o paciente ter retenção de líquido e aplicação deve ser feita em média uma vez por ano. Já a segunda opção, há implantação de um eletrodo na parte interna das costas que vai estimular o nervo ligado à bexiga. Nesse caso, o marca-passo deve ser trocado entre cinco e sete anos. O tratamento vai depender do gosto do paciente.
 
R7

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