Foto: Fernanda Dias/24-06-2014 Resultados revelam que a deficiência de BDNF pode levar a uma disfunção do músculo cardíaco em condições como treinamento de resistência |
Baltimore, EUA - O filósofo romano Juvenal foi o primeiro a fazer a relação entre “mente sã, corpo são”. Agora, um novo estudo da Universidade de John Hopkins releva uma possível explicação bioquímica por trás desta observação milenar.
Publicada na edição desta segunda-feira da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (Pnas), a pesquisa comprova que a mesma proteína já conhecida por atuar na saúde mental — como antidepressivo, melhorando a memória e o aprendizado, nutrindo os vasos sanguíneos e estimulando o crescimento de células nervosas — também tem um papel central em manter a vitalidade do músculo cardíaco.
Os experimentos realizados em camundongos mostram que a proteína — um fator de crescimento nervoso chamado BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) — ajuda a manter a capacidade das células musculares do coração de se contrair e relaxar corretamente. O resultados revelam ainda que a deficiência de BDNF pode levar a uma disfunção do músculo cardíaco, especialmente em condições de estresse físico crônico ou repetido do coração, como o treinamento de resistência ou pressão arterial elevada.
Se o mesmo processo for confirmado em humanos, a descoberta poderá abrir caminho para novos tratamentos de algumas formas de insuficiência cardíaca, um distúrbio que afeta quase seis milhões de americanos e mais de 23 milhões de pessoas no mundo.
Além disso, devido ao efeito conhecido da proteína na saúde mental, os pesquisadores sugerem uma possível relação bioquímica entre a depressão e a doença cardíaca, dois distúrbios que tendem a ocorrer conjuntamente, mas cuja relação continua pouco compreendida.
— Nossos resultados não são apenas uma lembrança da enorme complexidade da química do coração e de sua fisiologia, mas também um ótimo exemplo da capacidade de uma única proteína agir em múltiplas frentes e afetar muitos órgãos e funções — afirmou o coordenador da pesquisa, Ning Feng, cardiologista da Escola Médica da universidade.
O Globo
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