Rio - Aderir a um rigoroso regime de medicação é uma tarefa árdua em qualquer idade. Um estudo recente publicado na revista “Circulation” da Associação Americana de Coração apontou que um em cada três americanos correria o risco de viver uma vida mais curta se isso significasse ter que tomar uma pílula diária que poderia ajudar a prevenir doenças cardíacas.
“O que nós realmente estávamos tentando medir é o quanto o ato de tomar uma pílula - comprá-la, lembrar de tomá-la, e, de fato, tomá-la - interfere na sua qualidade de vida”, afirmou em um comunicado Robert Hutchins, autor principal e residente médico Departamento de Medicina, Divisão de Medicina Geral interna da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF). “Mesmo ignorando os efeitos colaterais das pílulas, o ato de ter de tomar uma pílula diária pode ter um grande efeito sobre a qualidade de vida de um indíviduo”.
Hutchins e seus colegas da UCSF e da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill emitiu pesquisas eletrônicas para um grupo de mil pessoas em uma idade média de 50 anos. Os entrevistados foram hipoteticamente perguntados quanto tempo de vida perderiam para evitar tomar medicação diária. As pesquisas também focou em quanto dinheiro eles estariam dispostos a gastar e no risco de morte que estariam dispostos a aceitar para evitar tomar medicação diária para tratar doenças cardíacas.
Cerca de 21% dos entrevistados disseram que desistiriam de entre uma semana a ano de suas vidas apenas para evitar tomar medicação para doença cardíaca, como estatinas ou mesmo aspirina. Pouco mais de 8% dos entrevistados responderam que dariam hipoteticamente até dois anos de suas vidas para evitar tomar medicação diária. Outros 21% dos entrevistados disseram que estavam dispostos a pagar US$ 1.000 ou mais para evitar tomar medicação diária para o resto de suas vidas.
“Quando você considera que muitos adultos estão tomando vários comprimidos, o efeito é muitas vezes ampliada para essa pessoa”, explicou ele. "Em um nível da população, mesmo para as pequenas reduções na qualidade de vida, como as encontrados neste estudo, esse efeito multiplicado por milhões de pessoas pode ter grandes efeitos sobre o custo-efetividade da droga para uma população.”
O Globo
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