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terça-feira, 14 de abril de 2015

Mercado farmacêutico prevê aumento de custos

Enquanto muitos setores da economia já enfrentavam dificuldades expressivas, as farmacêuticas puderam respirar aliviadas com o crescimento de 45% do faturamento, pelo canal farmácia, nos últimos quatro anos. Só em 2014, o aumento foi de 11,4%, chegando a R$ 41,8 bilhões, apesar do PIB praticamente estagnado
 
Mas agora, o desafio está aumentando. Com as mudanças na economia promovidas pelo Governo Federal e suas consequências ao custo de produção, as farmacêuticas buscam cada vez mais eficiência em seus processos. Além disso, o real tem se desvalorizado diante do dólar, o que prejudica a importação de insumos, e não há perspectiva de cenários melhores tão cedo.
 
Por conta do sistema de regulação do mercado, a indústria não pode repassar nem parte dos novos custos ao consumidor. O preço de seus produtos é controlado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) que, por lei, define o aumento de preço uma vez no ano com base numa fórmula específica. Neste ano, o reajuste médio foi de 6%, enquanto a inflação foi de 7,7%. Nos últimos 10 anos, a defasagem dos reajustes anuais passa de 21%, com relação ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do período.
 
Para manter o ritmo de crescimento, a indústria busca soluções para alguns entraves crônicos no país. O primeiro deles é o fato de não haver uma resposta organizada e realista para a questão do acesso. Cerca de 74% dos medicamentos brasileiros são comprados e pagos pelo bolso das pessoas, sem apoio do governo. Isso significa que a medicação mais complexa e mais cara acaba não chegando à maioria da população.
 
O segundo ponto é a questão tributária. O Brasil é campeão mundial em imposto sobre medicamentos. Temos uma situação injusta porque mesmo olhando os tributos dentro do país, o medicamento paga mais do que outros produtos, como, por exemplo, biquíni e ursinho de pelúcia; e isso prejudica o acesso da população aos tratamentos que precisa.
 
Divisão do mercado
A divisão do mercado farmacêutico vem sofrendo algumas alterações. Os medicamentos de referência responderam por 39% das vendas em 2014. Já os medicamentos similares ganharam mercado, passando de 42% para 48%, e os genéricos se mantiveram estáveis com 13%.
 
O número de doses comercializadas cresceu. Foram 124,6 bilhões em 2014 ante 114,9 bilhões no ano anterior; aumento de 8,4%. Em 2010, as farmacêuticas vendiam 79,3 bilhões de doses no país, o que configura um incremento de 57,1% nos últimos quatro anos.
 
Portanto, o mercado farmacêutico tem conseguido preservar um ritmo consistente de crescimento e, de fato, ainda existem novos mercados a serem explorados. Não só a indústria, mas toda a sua cadeia produtiva pode resistir ao período difícil que o país enfrenta. É preciso, contudo, que cada passo seja pensado e planejado em conjunto, com participação ativa de todos os envolvidos.
 
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