Para ter acesso à nova tecnologia, os pacientes com perda auditiva precisam passar por avaliação médica em um dos 28 centros credenciados pelo Ministério da Saúde que estão distribuídos pelo País
Brasileiros portadores de deficiência auditiva poderão ter acesso gratuito à tecnologia de última geração no Sistema Único de Saúde (SUS), a cirurgia do bonebridge, que foi aprovada pelo Ministério da Saúde (MS).
É o primeiro implante de condução óssea ativo do mundo desenvolvido pela austríaca Med-El, empresa líder no mercado de soluções auditivas implantáveis em todos os continentes. A tecnologia Bonebridge ajuda pessoas com perda auditiva condutiva e mista que não possuem benefícios com os aparelhos auditivos convencionais, assim como pacientes que têm perda auditiva de um ouvido só (perda unilateral).
Para realizar o tratamento com Bonebridge, o paciente necessita passar pela avaliação médica em um dos 28 centros credenciados pelo Ministério da Saúde e que estão localizados em diversas cidades por todo o país.
Uma outra boa notícia para os pacientes é a portaria 2.776, que trouxe um grande avanço para o tratamento cirúrgico da perda auditiva, ampliando o orçamento para cerca de R$ 70 milhões em 2015.
Sistema bonebridge
O Bonebridge é um sistema de implante de condução óssea inovador formado por duas partes: o implante e o processador. O primeiro fica situado no osso atrás da orelha de forma invisível sob a pele, mantendo a mesma íntegra e minimizando possíveis complicações. Já a segunda parte é o processador de áudio externo usado por trás da orelha.
Ele é mantido diretamente em cima do implante, por meio de atração magnética e, portanto, pode ser colocado de forma discreta e confortável por baixo do cabelo. Em harmonia com a estrutura auditiva do paciente, as ondas sonoras são transmitidas via estimulação transcutânea para o implante, que as conduz ativamente fazendo com que o osso vibre e, posteriormente, essa vibração vai para o ouvido interno onde é processado como som.
De acordo com o Marcela Stefanini, fonoaudióloga pela Universidade de São Paulo e especialista em Audiologia Clínica e Educacional da Med-El, somente após a análise da equipe médica, o paciente saberá qual a sua necessidade e será recomendada a cirurgia para a colocação do implante de condução óssea.
Como funciona
Um outro diferencial é que o dispositivo pode ser ativado entre duas e quatro semanas depois da cirurgia. A ativação é realizada por meio da programação do processador de áudio de acordo com as necessidades individuais do usuário. Com aparelhos de outras marcas, os pacientes chegam a esperar até três meses após a cirurgia para ativar o dispositivo.
Você sabe como funciona a audição?
Primeiro, o som é captado pelo ouvido e transmitido por meio do canal auditivo para o tímpano. Por sua vez, o tímpano converte o som recebido em vibrações que movimentam a cadeia ossicular e transmitem a estimulação acústica para a cóclea. O fluído coclear é colocado em movimento e estimula as células ciliadas. A partir daí, geram sinais elétricos que são transmitidos pelo nervo auditivo para o cérebro e esse impulso cerebral é interpretado como som.
O ouvido humano está dividido em três partes:
1. Ouvido externo formado pelas partes visíveis do ouvido e do canal auditivo.
2. Ouvido médio, que consiste principalmente no tímpano e nos três ossículos que formam a cadeia ossicular.
3. Ouvido interno é o órgão da audição propriamente dito e chama-se cóclea.
Tipos de perda auditiva
Perda auditiva condutiva: é muitas vezes causada por malformações do ouvido ou por infecções graves no ouvido médio.
Perda auditiva sensorioneural: ocorre quando há falta ou danos das células ciliadas da cóclea ou em outra estrutura coclear.
Perda auditiva mista: é a combinação da perda auditiva sensorioneural e condutiva.
Perda auditiva unilateral: caracteriza-se pela perda da função auditiva de um lado. Apesar dos pacientes ouvirem com o outro ouvido, continuam tendo dificuldades em ouvir a conversa do lado comprometido, em entender o discurso nos ambientes ruidosos e localizar de onde vem o som.
EFE Saúde
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