O ministro da Saúde, Marcelo Castro, apontou problemas que, segundo ele, podem inviabilizar a compra e a distribuição, na rede pública, da vacina contra a dengue desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur.
Castro disse que a vacina é cara e precisa de três doses para ter eficácia, o que exigiria mais esforços de equipes de saúde para garantir a aplicação completa. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o registro da nova substância no último dia 28.
Castro revelou que espera a produção de uma outra vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, que está na última fase de testes. Ele não descartou a compra da substância do laboratório francês, mas deixou claro que conta com a alternativa nacional.
— A vacina do Sanofi Pasteur precisa ser aplicada em três doses. A gente encontra dificuldade para dar uma, é complicado chamar a pessoa para vacinar de novo depois de seis meses. Uma dose ficaria em torno de 20 euros. Então, seriam 60 euros na conta final. Cotando o euro aR$ 5, fica R$ 300 por pessoa.
Imagine vacinar um milhão; dá R$ 300 milhões. Para 10 milhões de pessoas, gastaríamos R$ 3 bilhões. E 10 milhões de pessoas não é nada, temos 200 milhões para vacinar — afirmou Castro. Ainda de acordo com o ministro, vai demorar muito tempo para que um laboratório desenvolva uma vacina contra o zika vírus, que, assim como a dengue, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Enquanto não vem a vacina, é não deixar o mosquito nascer. Se nasce, é um perigo ambulante — disse o ministro. — Agora, é guerra declarada ao mosquito, inimigo número um do Brasil. Castro destacou que cidades de todo o país precisam adotar estratégias eficazes de combate ao Aedes Aegypti ,e sugeriu que sejam seguidos os exemplos de Natal (RN), que espalhou armadilhas com larvicida; São Carlos (SP), onde foram formadas brigadas mirins para a conscientização da população; e Água Branca (PI), que criou selos para identificar imóveis com possíveis focos de proliferação do mosquito.
Mau exemplo na capital federal
O ministro cobrou uma maior mobilização popular contra o Aedes Aegypti, mas nem sempre o poder público deu exemplo.
Somente ontem o governo do Distrito Federal deu início à retirada de milhares de pneus abandonados no Autódromo Nelson Piquet, em Brasília, fechado para obras desde o ano passado. Agentes de saúde confirmaram que a maioria acumulava água de chuva.
O Globo
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