Em novo capítulo da novela sobre os emagrecedores, um grupo de deputados tentará impedir o veto à sibutramina e a outros inibidores de apetite - como quer a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Após audiência pública ontem, na Câmara, parlamentares da Comissão de Seguridade Social e Família decidiram formar uma subcomissão para discutir o tema.
A deputada Alice Portugal (PC do B-BA) disse que irá pedir uma audiência sobre o assunto com o presidente da Anvisa. Ela defendeu mudanças na legislação, que hoje dá à agência a prerrogativa de decidir os remédios que podem ser utilizados no país.
"Não podemos tirar do prescritor [médico] o direito de optar pela medicação mais adequada ao seu paciente."
O veto aos emagrecedores foi proposto em fevereiro pela Anvisa. Ele atingiria sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol. A decisão final deveria sair em 1º de março, mas foi adiada após manifestações contrárias de sociedades médicas.
A área técnica da Anvisa está finalizando relatório sobre outra audiência pública, realizada em fevereiro. Esse texto deverá ser entregue aos quatro diretores do órgão, que tomarão a decisão final. Não há prazo para isso.
Na audiência pública de ontem na Câmara, médicos e farmacêuticos voltaram a criticar a proposta de veto.
Representante da Anvisa no evento, Maria Eugênia Cury, da farmacovigilância, disse que os riscos que os medicamentos apresentam superam seus benefícios.
Pela área médica, o endocrinologista Ricardo Meirelles disse que o risco só é aumentado se as drogas forem prescritas para pacientes com doenças preexistentes, que, pela bula, não devem receber esse tratamento.
Meirelles afirmou que os medicamentos são essenciais nos casos em que a pessoa não consegue aderir totalmente a uma dieta.
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