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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Médicos fazem paralisação amanhã contra planos de saúde

Consulta em clínicas serão interrompidas; mobilização não atinge o SUS

As três principais entidades médicas nacionais marcaram para esta quinta-feira (7) uma paralisação de 24 horas de todos os médicos do país que atendem por planos de saúde. Os serviços que serão interrompidos são os atendimentos em consultórios particulares. A paralisação não atinge o SUS (Sistema Único de Saúde).

Representantes do CFM (Conselho Federal de Medicina), da AMB (Asosciação Médica Brasileira) e da Fenam (Federação Nacional de Médicos) discutiram nesta quarta-feira (6) os detalhes da mobilização. De acordo com o médico Florisval Meinão, diretor-tesoureiro da AMB, o objetivo da paralisação é alertar a população sobre a relação entre as operadoras e os médicos.

- Nunca fizemos uma paralisação tão organizada e com tanta motivação dos médicos como essa.

Os médicos protestam por reajustes no pagamento das operadoras, regularização dos contratos com as empresas e aprovação de projeto de lei sobre a relação entre médicos e planos. Em São Paulo, a paralisação vai ser marcada por uma passeata na região central da cidade, às 9h30.

Interferência dos planos

O movimento também vai servir para alertar contra a interferência das operadoras no trabalho dos médicos, segundo Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do CFM. Pesquisa divulgada em dezembro passado pela APM (Associação Paulista de Medicina) mostrou que as pressões dos planos de saúde interferem em procedimentos necessários para manter a saúde do pacientes.

- Há solicitações de alta precoces, recusas em cobrir procedimentos que os usuários têm direito. É uma intervenção direta e antiética no nosso trabalho.

De acordo com a AMB, existem 160 mil médicos atuando na saúde suplementar. Eles realizam cerca de 223 milhões de consultas por ano e acompanham 4,8 milhões de internações. Ainda segundo a AMB, os planos médico-hospitalares tiveram 129% de incremento na movimentação financeira entre 2003 e 2009, passando de R$ 28 bilhões para R$ 65,4 bilhões. O valor da consulta no mesmo período, diz a AMB, subiu apenas 44%.

Segundo a Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), entidade que congrega 15 grupos de operadoras de planos de saúde, o reajuste médio do valor das consultas médicas praticado por afiliadas da federação entre 2002 e 2010 variou entre 83,33% e 116,30%.

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